Liderado por um membro da Geração Y



Autor: Alexandre Prates


 


Muito se fala sobre como liderar profissionais da Geração Y, como aprender a lidar com as diferenças inerentes destes que invadem as organizações.


A Geração Y, caracterizada, em sua maioria, por pessoas arrojadas, pró-ativas, tecnológicas, com sede de crescimento e realização, tem se valido desses pontos fortes para alçar voos cada vez mais altos, de forma cada vez mais precoce.

 
Esse fenômeno tem gerado um movimento interessante: profissionais da Geração X sendo liderados por outros da Geração Y. Isso não demonstra que os mais novos sejam mais preparados, mas que têm apresentado um comportamento fundamental para o mundo dos negócios: foco em resultados. E, com a capacidade tecnológica quase que inata, conseguem evoluir em conhecimento e atuação com uma velocidade extraordinária.


Então, a grande questão é: como ser liderado por um membro da Geração Y? Se os conflitos existem para liderar um profissional desta geração, imagine para ser liderado por ele. Mas vale enfatizar aqui um equívoco que muitas vezes é declarado nas organizações: é difícil lidar com os profissionais da Geração Y.


Realmente alguns não controlam seus impulsos e, por conta da pressa em crescer profissionalmente e do foco exclusivo em suas carreiras, comportam-se de maneira inadequada, não envolvendo-se plenamente em suas responsabilidades.

 
No entanto, também não é fácil para um jovem dessa geração ser liderado por alguém da Geração X, que se vale de sua experiência e vivência para inibir a participação efetiva desses novatos e impedir que explorem todo o seu potencial.


Percebam que a grande questão resume-se em uma palavra muito simples: ego. É ele que faz com que a Geração Y não respeite hierarquia, pois não admite a importância da experiência da Geração X. É também o ego que impede que os seniores abram espaço para que os mais novos participem verdadeiramente das estratégias da organização, pois não conseguem conceber que um jovem que tem idade para ser seu filho possa projetar ações mais eficientes que as suas.


O profissional da Geração X que não conseguir deixar o ego de lado jamais conseguirá ser liderado por um mais jovem, causando grandes transtornos para as organizações e, principalmente, para sua carreira.


Vivemos num contexto no qual a Geração Y não se tornou mais importante que a X, apenas virou parte integrante e vital do processo. Passamos por isso quando as mulheres projetaram-se para o mercado de trabalho e, gradativamente, foram ganhando espaço até assumirem cargos de liderança nas organizações.
Em resumo: não existe a geração ideal; o que existe é o profissional certo para o lugar certo, independentemente da idade ou sexo.


Então, seguem duas dicas para ambas as gerações:


1ª) Deixem o ego de lado: conectem-se e façam as coisas acontecerem. Afinal, existe algo muito maior do que o seu ego, o seu propósito de vida, que será alcançado à medida que você conseguir fazer a sua parte, independentemente de seu nível hierárquico e idade. As barreiras hierárquicas estão caindo por terra e as novas tendências organizacionais apontam para uma relação de parceria, para uma sinergia total entre empresa, líder, colaborador, fornecedor e cliente.


2ª) Valorizem as diferenças, a experiência e a inovação. Valorizem a velocidade e a estratégia. Valorizem a tecnologia e a alma. Valorizem o presente e a história.


Finalizo o artigo com uma frase muito simples e muito verdadeira: “Não são as pessoas que fazem a diferença nas organizações, mas, sim, as pessoas certas!”

Alexandre Prates é especialista em liderança, desenvolvimento humano e performance organizacional

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