Medo do cloud

Apesar de todas as facilidades proporcionadas pelo cloud computing, 43% das empresas brasileiras ainda não se sentem seguras em migrar para nuvem os seus sistemas, apontando questões de segurança como um dos principais fatores. É o que revela pesquisa realizada pela Tech Supply, especializada em inteligência tecnológica para auditoria e integridade corporativa e de TI. Os dados foram obtidos em levantamento com 400 empresas que atuam no mercado nacional, sendo 80% delas parte das 500 maiores empresas brasileiras. Os respondentes são profissionais das áreas de auditoria (59,7%), TI (17,6%), controle de riscos (11,8%), segurança da informação (2,5%), tributária e fiscal (2,5%), entre outras.
A pesquisa constatou que em mais da metade das organizações (51%) o uso de ferramentas em nuvem é restrito; e 43% dos pesquisados não planejam implantar nenhum tipo de sistema em nuvem (CRM, ERP); apenas 17,8% dessas empresas estão na nuvem em larga escala, e a mesma quantidade de usuários prefere não armazenar dados críticos na rede. Dos que usam as soluções em cloud, apenas 9,1% disseram confiar nas certificações de segurança; enquanto 21,3% não confiam nos controles e os consideram fracos e deficientes e mais de 30% precisam se informar melhor sobre o assunto. Para 18% das empresas, a nuvem deixa dúvidas sobre segurança para armazenamento de dados corporativos.
A doutora em Sistemas de Informação pela USP e diretora de Pesquisa e Treinamento da Tech Supply, Suely Correa, explica que um dos motivos para as empresas temerem a migração para a nuvem é que elas são constantemente pressionadas a aperfeiçoar seus processos, ao mesmo tempo em que precisam evitar os riscos. “Por causa de regulamentações complexas, necessidades de controles financeiros e de uma governança corporativa integrada com a de TI, as empresas possuem sempre extrema cautela na adoção de novas tecnologias”, avalia. Para Suely, o desconhecimento sobre a melhor forma de aplicar na prática, com resultados mensuráveis, as metodologias e soluções é um dos principais fatores que dificultam a decisão da evolução da empresa. “O tripé corporativo de software, processos e pessoas deve estar totalmente alinhado entre si e com as metas da corporação para que a adoção de novas tecnologias consiga fluir conforme o planejado”, considera.

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