Autor: Alexandre Slivnik
Usar o poder da história, antecipar-se aos problemas, exceder as expectativas, cuidar obsessivamente dos detalhes e celebrar cada sucesso. São elas, as mulheres, as mestras em todas essas habilidades que fazem com que elas sejam mães cuidadosas, ótimas companheiras e profissionais extraordinárias. Com mãos delicadas e firmes, conseguem elevar os negócios a um patamar superior de excelência, o que faz os clientes e chefes visionários transformarem-se em fãs.
Elas possuem várias faces. Não, isso não é algo ruim! Devido a esta flexibilidade, conseguem identificar com mais exatidão o que precisa ser aprimorado, trocado ou aquilo que precisa ser feito… e para ontem! Conseguem cobrar sem ser agressivas e orientar com solidez e afeto.
Devido a esta sensibilidade, identificam qual o momento certo para dar um puxão de orelha ou se, na verdade, o colaborador precisa ser simplesmente acolhido. Sabe aquela conversa no final do expediente, que todo mundo um dia precisa? Então, elas são ótimas para isto! Adoram ouvir e ajudar. E muitas delas, também adoram falar!
Este é o perfil que toda empresa necessita para ocupar um cargo estratégico, de liderança. Mulheres são organizadas, normalmente não procrastinam tarefas, ótimas para resolver tumultos e acalmar os ânimos exaltados. E são exatamente instituições com colaboradores extraordinários que encantam e marcam definitivamente sua presença no mercado. Um bom exemplo disto é o que ocorre na Natura hoje. A marca pretende atingir o índice de mulheres em cargos de liderança em 50% até 2020. Para isso, tem também trabalhado para estabelecer um ambiente adequado e que apoie, em especial, as colaboradoras parturientes, disponibilizando um berçário para as crianças de até três anos de idade.
Mas nem sempre as empresas valorizam suas funcionárias como deveriam. Raramente os gestores reconhecem a dedicação e o comprometimento, o que pode fazer uma grande diferença em seu posicionamento frente ao seu público-alvo. Quer uma prova? Somente 23% dos cargos de liderança no Brasil, são ocupados pelo sexo feminino, sendo que 14% são CEOS. Esses dados segundo dados divulgados no International Business Report 2013 (IBR).
Mesmo com o eterno desafio de equilibrar casa, família e trabalho, essas guerreiras vêm, aos poucos, conquistando seu espaço. É preciso encaixar todas essas qualidades na cultura da empresa. Desde a presidência, até o faxineiro, a sensibilidade, equilíbrio e razão para lidar com os mais variados tipos de problemas, principalmente em tempos tão desafiadores necessitam estar sempre presentes. Gestores e empresários devem ouvir as mulheres e dar mais atenção, afinal, grande parte das ações que elas se propõem a fazer, fazem perfeitamente bem.
A Unilever e a Dow Chemical também buscam esse equilíbrio. Seus gestores e departamentos de RH notaram que a equidade é fundamental para o sucesso das estratégias que envolvem crescimento. Além de ser a coisa certa a se fazer, ajuda a equilibrar as contas, afinal, as mulheres também saem na frente quando o assunto é administração de finanças.
Mas enquanto há empresas com esta mentalidade, há aquelas de que demitem funcionárias grávidas ou quando voltam da licença-maternidade. Uma empresa de sucos foi condenada ao pagamento de R$ 500 mil por danos morais coletivos por discriminar mulheres grávidas.
Mesmo, muitas vezes, injustiçadas, enxugam as lágrimas e viram o jogo! Hoje, de acordo com uma pesquisa do Sebrae, já são mais de 7,2 milhões de mulheres que empreendem no Brasil, geram empregos e movimentam a economia.
E quem ganha com tudo isso? Todos nós, brasileiros!
Alexandre Slivnik é sócio-diretor do Instituto de Desenvolvimento Profissional (IDEPRO), diretor-executivo da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) e diretor geral do Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento (CBTD). Palestrante e profissional com 17 anos de experiência na área de RH e treinamento, ele é especialista em excelência Disney.