Nem mais, nem menos, igualdade!

Com tantas notícias que mostram na prática a diferença que há no tratamento entre homens e mulheres no mercado de trabalho, não é de se estranhar a repercussão que a cada ano ganha mais o Dia Internacional das Mulheres. Muito mais do que apenas comemorar as conquistas, a data vem se mostrando importante para despertar a reflexão sobre o papel da mulher na sociedade, principalmente em um País com características fortemente patriarcais como Brasil. E ao que tudo indica, o debate ainda é pouco sobre o assunto. Estudo da Amcham, Câmara Americana de Comércio, com 350 diretores e executivos de empresas, na maioria gestores de recursos humanos, aponta que para 76% dos entrevistados e entrevistadas, as empresas ainda não tratam homens e mulheres de forma igualitária na estrutura organizacional e de gestão. Os reflexos mais claros estão na diferença salarial e nas promoções de cargos de liderança. “Embora o crescimento da mulher no mercado de trabalho esteja em constante evolução, as oportunidades não são as mesmas e predomina a preferência masculinas, por isso é de extrema importância a luta da mulher pelo devido respeito e reconhecimento”, afirma Meissy Feliciano, ouvidora da BTCC.
Porém, nem todos os setores possuem essa realidade. O mercado de call centers serve de exemplo na inclusão de mulheres no mercado de trabalho, sendo que o número de colaboradoras no quadro de funcionários de muitas empresas estão acima de 60%. É o caso da própria BTCC, que possui nove mil mulheres em seu time, representando 64% do headcount total. E não para por aí. Metade dos cargos executivos é ocupada por mulheres. “Na BTCC incentivamos muito o Programa de Oportunidade Interna. No último ano promovemos 659 colaboradores e destes 56% foram mulheres”, pontua Márcia Pollard, diretora geral BTCC .
Essa questão da possibilidade de construir carreira, não sendo isso definido pelo gênero, é também uma dos fatores que contribui para o setor atrair tantas mulheres, segundo Giovanna Campos, talent acquisition manager da Concentrix, empresa que tem seu quadro de colaboradores composto por 51% de mulheres e 49% homens. Em cargos de liderança, esse número sobe para 52% de mulheres e 48% de homens. “O mercado de contact center, em geral, oferece crescimento rápido, que depende exclusivamente dos resultados de cada profissional.” Na Concentrix há, em média, 22% das vagas fechadas de processo de recrutamento interno, “o que caracteriza um bom campo de possibilidades de crescimento para as nossas colaboradoras”. De olho nisso, a agente de atendimento, Lunia Costa, que viu os horários dinâmicos e flexíveis como vantagens na área, agora já pensa em seguir carreira no setor, em especial na área administrativa. “Sou grata por essa área, afinal é ela que me abriu as portas e me acolhe até hoje.”
O mesmo acontece na Sykes. A operadora Raíza Acosta destaca a possibilidade de desenvolvimento que o setor permite às mulheres. “Poder fazer parte de um call center agrega positivamente na vida profissional e pessoal, começando com as oportunidades de crescimento.” Ela comenta que há programas de carreiras, cursos de línguas e workshop para que a profissional torne-se uma líder, com capacidade de gerenciamento e desenvolvimento de pessoas. “Penso que trabalhar nesta área não é simplesmente um trabalho qualquer. Poder desenvolver pessoas para seu dia a dia de trabalho e ver seu crescimento profissional e pessoal é uma recompensa impagável, sem dúvidas é uma arte e aprendizado diário.” A operadora pensa, inclusive, em seguir na área e qualificar-me cada vez mais, para que possa se tornar uma grande líder, para desenvolver e gerir uma equipe de sucesso. “Fazer parte do Call Center é gratificante, motivador e desafiante”, completa.
Essa visão de querer crescer no mercado de trabalho, inclusive, é visto por Márcia como já um resultado da maior presença feminina nas empresas. Porém, percebemos a presença maior das mulheres no mercado de trabalho, em posições executivas e com real evolução da remuneração. Sou otimista e percebo mudanças concretas e constantes”, avalia Márcia Pollard, diretora geral BTCC Conexão Cliente, acrescentando que a mulher passou a ser responsável também pela renda familiar, o que permitiu a ela ter voz ativa nas decisões domésticas, sobre consumo e educação dos filhos. “Ao entrar no mercado de trabalho, a mulher passou a buscar novas oportunidades.” O resultado são homens e mulheres mais independentes, determinados a realizar sonhos, a ter conhecimento, a conquistar espaço.
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