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O caminho do autodesenvolvimento

Autor: Rubens Gurevich
Qual o melhor caminho para o real desenvolvimento: trabalhar os talentos ou apostar no fortalecimento das limitações? Essa é uma pergunta recorrente para quem busca a capacitação profissional.
No cenário corporativo é comum as empresas investirem em treinamentos corretivos, a fim de trabalhar os gaps e limitações de seus colaboradores. Grandes investimentos são realizados anualmente nesse tipo de treinamento, e o resultado obtido, na maioria das vezes, é que colaboradores fracos em determinadas competências, após estimulo e treinamento, ficam menos fracos. 
O que se conquista, na realidade, é uma diminuição daquela limitação, mas dificilmente esse ponto fraco se transformará em ponto forte, mesmo com intensos e repetidos treinamentos. Uma pergunta importante: você chegou aonde chegou pela sua limitação ou pelo seu talento? Certamente sua limitação não trouxe você até aqui. Quem o trouxe até aqui foi o seu talento, e essa é a sua marca registrada. 
Mas não se engane, pois talento não significa ponto forte. O talento necessita de trabalho e direcionamento para ser o seu ponto forte. Um exemplo: determinada pessoa tem como talento a capacidade de se comunicar, motivar e persuadir outras pessoas. Esse é um talento natural dela. No entanto, se ela fala demais, pode acabar sendo cansativa nas suas abordagens na maioria das vezes. Logo, o talento precisa ser calibrado, para que seja transformado em ponto forte. O talento é um padrão recorrente de pensamento, sensação ou comportamento que você deve usar produtivamente, ao seu favor. Caso contrário, não é talento, mas sim limitação.
Seu comportamento é fruto do meio que você está inserido e da sua própria essência comportamental, assim você acaba se identificando com comportamentos que para você são exercidos com maior conforto do que outros. Aqueles de maior conforto são identificados no seu cérebro com fortes conexões sinápticas (entenda-se por sinapse a capacidade que os seres humanos têm de relacionar coisas) e os comportamentos que são mais desconfortáveis geram em você conexões sinápticas fracas.
E o que tudo isso tem a ver com treinamentos de capacitação? Faz todo sentido, pois trabalhar uma limitação implica fortalecer conexões sinápticas, onde somente a disciplina e a intensidade do treinamento podem garantir resultados positivos. Caso contrário, o resultado pode ser transitório e perder-se com muita facilidade.
Nessa linha de raciocínio, faz mais sentido investir somente no talento dos colaboradores, pois as conexões sinápticas já estão fortes e estabelecidas e o resultado para gerar pontos fortes pode ser alcançado com mais facilidade, certo? Errado.
Não podemos ignorar o fato de que a possível limitação compromete o desempenho profissional. Gaps comprometem sim o desempenho e devem ser trabalhados. Mas como conciliar o talento e a limitação? Através do conceito do efeito Alavanca, onde serão trabalhadas duas competências por ciclo, uma que será escolhida através da indicação do potencial talento e outra que será escolhida como a possível limitação.
A principal vantagem desse modelo é que o PDI (Plano de Desenvolvimento Individual) a ser estabelecido não parte de pontos vermelhos, de pontos negativos. Psicologicamente é muito mais interessante e motivador ter um PDI ancorado em um talento que será utilizado como alavancador da possível limitação.
As empresas já estão sensíveis a esse assunto e aos poucos ousam arriscar e incluir na sua gestão de competências também o desenvolvimento dos pontos fortes. É um tema que certamente ganhará em breve grande importância nas discussões dos principais setores de RH do Brasil.
*Rubens Gustavo Gurevich, CEO da Your Life do Brasil

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