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O poder do feedback

Autor: Alexandre Velilla Garcia
Uma pergunta que todos os gestores deveriam se fazer diariamente é: quantos feedbacks você aplicou hoje? Com o objetivo de encorajar e criar confiança entre os profissionais, bem como, harmonizar todo o ambiente interno de uma organização, a transmissão de feedback é uma prática bem popular entre as empresas de todo o mundo. Segundo um estudo global realizado pelo Top Employers Institute que entrevistou 600 empresas em 99 países, o método de medição de desempenho é o preferido e o mais eficaz entre as organizações.
Ainda de acordo com a pesquisa, das 26 empresas brasileiras entrevistadas, todas estão empenhadas em aprofundar a utilização desse instrumento estratégico de gestão de pessoas. Enquanto gestor, não tenho dúvidas de que isso se justifica pelo fato de que o uso dessa poderosa ferramenta está ligado diretamente ao desempenho dos profissionais, uma vez que, é por intermédio do feedback que todas as atividades podem ser alinhadas, e os erros, corrigidos.
Além disso, é importante ter em mente que, com feedbacks bem conduzidos, é possível reforçar as relações interpessoais dentro da organização. Neste ponto, compartilho da visão do especialista em Gestão, Hudson Félix, que acredita que o feedback é uma via de mão dupla, ou seja, merece colaboração mútua, na qual tanto o líder quanto seus colaboradores devem se sentir igualmente responsáveis pelo sucesso daquele momento.
No entanto, mesmo com esse conceito já presente na realidade de boa parte das instituições há alguns anos, a transmissão de feedbacks assertivos não é tão simples quanto parece. Uma vez que ele ainda é confundido por muitos colaboradores como o “momento da bronca do chefe”, gerando tensão e ansiedade. Por isso, é importante que os gestores busquem adotar práticas que façam desse momento algo simples e objetivo, que seja recebido com clareza por suas equipes, impactando suas motivações.
Pensando nisso, refleti sobre alguns pontos que são indispensáveis durante a transmissão de um feedback realmente positivo. São eles:
Seja transparente:
Um ponto primordial do bom feedback é a sinceridade. Nesse sentido, é importante que os gestores apresentem os devidos reconhecimentos que a equipe merece, destacando pontos positivos e demonstrando que todo o trabalho valeu a pena e que será recompensado. Do mesmo modo, é fundamental pontuar com honestidade o que precisa ser melhorado, sempre com tom motivacional, inspirando os colaboradores a darem seu melhor pela empresa.
Esteja aberto ao diálogo:
Para o sucesso de um feedback, é fundamental que o líder consiga expressar seus pensamentos e ideias de modo assertivo, incentivando suas equipes a darem o melhor pela companhia. Além disso, é importante construir pontes de diálogo, nas quais o gestor possa falar o que pensa, mas que também saiba escutar o ponto de vista dos colaboradores, construindo, assim, um ambiente cada vez mais eficiente e harmônico.
Torne essa prática contínua:
Mesmo sendo uma situação desafiante, é importante estabelecer uma periodicidade para aplicação de feedbacks. Posto isso, os líderes devem tratar o assunto de forma objetiva, porém sem transformar o processo em algo desgastante e ainda mais tenso. Ao fazer dessa prática algo contínuo, é possível traçar estratégias de desenvolvimento pessoal e orientar os colaboradores para que, juntos, obtenham resultados cada vez mais positivos para a organização.
Apresente soluções:
Não basta destacar pontos positivos ou negativos. É preciso que os gestores, sobretudo, apresentem soluções às suas equipes, ou seja, deem dicas de como crescer e desempenhar assertivamente suas atividades. Com isso, os profissionais se tornarão cada vez mais produtivos, desempenhando um papel fundamental tanto no seu próprio crescimento quanto no da organização como um todo.
O líder e seu papel na transmissão de feedbacks eficientes
Em todos os pontos apresentados anteriormente, o gestor exerce um papel fundamental no processo de feedback. Isso é natural, pois ele – gestor – é o protagonista nesse processo de feedback, ouvindo, orientando seus colaboradores e desenvolvendo práticas assertivas em prol da transformação da cultura de uma empresa.
Para tanto, diante de tamanha responsabilidade, é preciso que ele domine habilidades de comunicação, como saber ouvir seus colaboradores e saber se expressar de forma clara e objetiva. Além disso, é preciso estar sintonizado com todas as operações e equipes da instituição, monitorando de perto suas atividades para que as ações estejam alinhadas com os objetivos estratégicos da empresa.
É papel do líder, inclusive, pensar em soluções rápidas e eficazes para possíveis problemas. Por tanto, manter um diálogo saudável é indispensável. Por fim, o equilíbrio e o respeito na transmissão de feedbacks, tanto positivos quanto negativos, é crucial!
Diante da importância do feedback, é essencial que o líder seja capaz de ouvir, inclusive, avaliações sobre seu próprio desempenho enquanto gestor. Afinal, com críticas construtivas é possível buscar por ações que melhorem suas atividades diárias, auxiliem em seu crescimento profissional e até pessoal, além de contribuir, sem dúvidas, para a promoção de um ambiente de trabalho harmônico.
Feedback: ferramenta eficaz para um aprendizado contínuo
É notório que a transmissão do feedback como uma ferramenta estratégica de gestão de pessoas pode gerar benefícios expressivos, como a motivação dos colaboradores, a construção de relações mais próximas e harmônicas, equilíbrio da organização como um todo e sincronia das atividades diárias com o plano estratégico.
Vale ressaltar ainda que esse processo deve ser visto como uma tarefa que requer aprendizado contínuo, pois, em um ambiente tão complexo e com mudanças frequentes como é o nosso ecossistema de negócios, errar é apenas uma das etapas para o desenvolvimento dos nossos colaboradores. Por isso, contar com total apoio nesse processo de transformação é a chave para o sucesso de qualquer profissional!
Alexandre Velilla Garcia é CEO do Cel.lep Idiomas.

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O poder do feedback

O feedback é uma prática de desenvolvimento de pessoas e de trabalho em equipe cada vez mais comum e necessária. Já é elemento avaliado em entrevista por fazer parte da lista de atividades de gestores – tanto generalistas quanto técnicos. Mas, no mundo corporativo, a aplicação ainda constrange quem a recebe. Isso normalmente acontece por falhas na maneira de comunicá-lo, segundo Maria Cândida Baumer de Azevedo, diretora da consultoria People & Results. “O mundo seria um lugar melhor se todo ser humano soubesse dar e receber feedback. Ainda não chegamos lá, mas estamos no caminho”, afirma Maria Cândida.
Ela explica que quem recebe o feedback precisa entender exatamente o que aconteceu, em que situação e qual foi a repercussão que fez com que determinada atitude, fosse percebida como positiva ou não. “Se alguém lhe diz, você é prestativo, é possível ter inúmeras interpretações para este comentário. Por isso é fundamental ser preciso. Ou seja, ao dar o feedback é preciso esclarecer e dizer: você é prestativo, ontem no fechamento do relatório ao perceber que eu estava com dificuldades me apoiou até eu conseguir terminar. Fica claro qual comportamento, ao ser repetido, pode gerar a mesma reação positiva”, explica. Além disso, todo feedback, segundo Maria Cândida, deve ser de fácil compreensão. E o receptor deve saber que caminhos tomar para mudar a percepção do outro.
Uma maneira adequada para dar espaço ao feedback e para que seja melhor utilizado, é começar pedindo ao invés de dá-lo, de acordo com a especialista. Isso porque, quando se pede, com interesse genuíno em recebê-lo e controlando-se para não explicar, negar ou justificar, abre-se a guarda para que o outro, ao perceber uma reação positiva, também se interesse em ganhar esse presente, em algum momento. “Quem o oferece está dedicando parte de seu tempo a quem o recebe por entender que o que ele tem a dizer ajudará aquela pessoa a ser melhor. Só se investe tempo, o recurso mais escasso do mundo, em quem se acredita ter potencial para evoluir.”
A diretora pontua ainda que não existe um momento certo para dar um feedback. Há sim, o momento errado. Um deles é quando os ânimos estão aflorados. Ao dar feedback  neste ambiente, pode provocar discussões improdutivas e rejeição ao que for colocado. Em momentos de calma será melhor absorvido e a reflexão mais efetiva. Para Maria Cândida, outro erro é esperar semanas ou meses, pois quanto mais tempo passar do ocorrido, maior a chance do colega ou funcionário esquecer a situação, os detalhes, o que estava sentindo, a reação dos envolvidos, as palavras usadas e/ou a comunicação não verbal. “Assim como dar o feedback na hora do stress não é efetivo, esperar tempo demais também é nocivo – a chance de cair no esquecimento ou da pessoa repetir o mesmo comportamento sem estar ciente da repercussão são grandes”, analisa.

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