O uso da voz profissional e doenças ocupacionais


A voz tem três dimensões: a física, psicológica e social, que atuam integradas de forma a interferir positiva ou negativamente na dimensão ocupacional. Voz profissional é a comunicação oral utilizada por indivíduos que dela dependem para desenvolverem suas atividades profissionais. Além de ser o instrumento de trabalho de aproximadamente 25% da população economicamente ativa, o que é facilmente observado pelo aumento anual de cerca de 30% de novas vagas no telemarketing. Por isso há uma necessidade de incluirmos a voz como foco de atenção, e mantê-la saudável é tarefa integrada que mobiliza não apenas o profissional da voz, mas uma equipe multidisciplinar como otorrinos, fonoaudiólogos, médicos do trabalho, engenheiros de segurança, além da gestão administrativa das empresas.


Doenças como a disfonia tem características internas e externas ao organismo e pode surgir no ambiente de trabalho ou estar associada ao mau uso e/ou abuso vocal. Ruído ambiental, agentes químicos, variações de temperatura, entre outros, auxiliam no desencadeamento ou manutenção da patologia. Independente da causa, as empresas arcam, direta ou indiretamente com despesas correlacionadas as disfonias que vão desde o gasto efetivo com a doença, até a perda de valores pela baixa produtividade do indivíduo.


Através de atitudes de conscientização em sipat, palestras, boletins, informativos, manuais, ou em treinamentos vocais, obtemos resultados que ultrapassam o bem-estar e produtividade, pois atingem o auto-conhecimento e auto-estima da pessoa. A fonoaudióloga e diretora da Univoz, Ana Elisa Moreira Ferreira destaca alguns cuidados para prevenção de doenças:


– Faça repouso vocal, reduzindo ou evitando falar quando sentir sensações de incômodo na garganta.


– Beba muita água, especialmente se você fala muito e em ambiente com ar condicionado.


– Evite fumar e consumir bebidas alcoólicas, pois suas substâncias irritam as pregas vocais.


– Tosse e pigarro dão a falsa sensação de alívio e limpeza, na verdade forçando falar em locais ruidosos propicia o uso de voz forte, causando esforço ao falar.


– Evite gelados, especialmente durante o uso profissional da voz e também a automedicação.


– Diante de problemas vocais consulte sempre um otorrinolaringologista e um fonoaudiólogo.

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