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PCDs no mercado de trabalho

O assunto ainda é delicado quando se fala em vagas de emprego para portadores de necessidades especiais no país. Pela legislação, são consideradas portadoras de deficiência pessoas que apresentam perda ou irregularidade em sua estrutura, seja ela psicológica, fisiológica ou anatômica, que gere incapacidade ou dificuldade para o desempenho de atividades consideradas comuns. Dentro deste quadro, as empresas brasileiras que possuem de 100 a 200 funcionários, devem contratar, no mínimo, 2% de pessoas neste perfil. Acima de um mil funcionários, o número sobe para 5%.
Segundo a recrutadora e coach Luciana Tegon, sócia diretora Consultants Group by Tegon, no mercado há muitas vagas para pessoas com deficiências (PCDs), porém há dificuldades diversas para preenchê-las. “Apesar de termos essa lei há 22 anos, ainda há muitas empresas que não cumprem as cotas e recebem multas pesadas. Podemos dizer que há vários fatores para este cenário como falta de engajamento das empresas em contratar pessoas com deficiência, preconceito de áreas e gestores que resistem à ideia de gerirem pessoas com deficiência, problemas de acesso as vias públicas e transporte, dificuldade na adaptação destes profissionais na empresa e o principal motivo, a baixa qualificação dos PCDs”, explica.
A especialista ainda ressalta que o número de contratações por empresas que não são obrigadas por lei ainda é pequeno. “A grande questão é que infelizmente as empresas enxergam este tema como um grande desafio a ser vencido. Há necessidade de um trabalho bem mais profundo de desmistificação das deficiências e um melhor entendimento de como lidar com estas pessoas adequadamente. Fomos criados para não comentar ou não nos aproximarmos de pessoas deficientes, então essa ´censura´ dificulta há anos o acesso da sociedade à informações sobre este público”, ressalta.
Existem diversos motivos para os portadores de deficiências encontrarem dificuldades no mercado de trabalho e, por isso, Luciana revela dicas para reverter o quadro:
Qualificação: 61% dos deficientes não possuem nem o ensino médio completo. Apenas 6,7% possuem curso superior. Este fato se dá por vários motivos sendo a acessibilidade um dos principais impeditivos do acesso dos deficientes à qualificação.
Oportunidade: As pessoas só são contratadas por empresas que precisam desesperadamente cumprir a cota. Dificilmente encontramos uma empresa que realmente está engajada com esta causa. As oportunidades também são mais frequentes para pessoas que tenham deficiências leves que exijam pouca ou nenhuma adaptação da empresa para recebe-los. Portadores de deficiência física, visual, auditiva e mesmo intelectual são pessoas que encontram poucas oportunidades de trabalho infelizmente.
Currículo: Como os deficientes tem poucas oportunidades, dificilmente terão um currículo e experiências anteriores significativas para concorrer no mercado de trabalho, somado ao fato da baixa qualificação.
Continuidade: Há várias questões aqui. A continuidade às vezes não ocorre por decisão do PCD em virtude das dificuldades de acesso ou de adaptação à empresa, podendo também partir da empresa que não consegue gerir adequadamente aquele recurso em sua estrutura.
Incentivo: Há várias ONGs e empresas privadas que são hoje grandes facilitadores da introdução e qualificação destes profissionais no mercado de trabalho. As empresas precisam conscientizar-se de sua responsabilidade e efetivamente contratarem estes profissionais, implantarem uma cultura receptiva nas áreas, informando os colaboradores sobre como conviver adequadamente com estas pessoas. Não vamos esquecer que os PCDs são profissionais que têm suas aspirações, querem fazer um bom trabalho e obter reconhecimento. E neste ponto as oportunidades devem ser geradas na empresa com treinamento adequado, estímulo à integração com todas as áreas e criação de um ambiente receptivo e construtivo para esta iniciativa.

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