“O desafio das empresas é gerar equilíbrio entre os benefícios para o negócio e para a sociedade”, com essa colocação, o gerente executivo de mobilização do Instituto Ethos, Emílio Martos, defende as práticas sustentáveis não só nas organizações de call center, como nos demais mercados. A experiência do Ethos envolve trabalhos com a Atento, a Algar Tecnologia e a SPCom.
As empresas de call center, como exemplifica o especialista, têm desenvolvido ações que promovem a inclusão social, tanto no âmbito de geração do primeiro emprego, com a inserção do jovem no mercado de trabalho e mesmo a promoção da educação profissional desse jovem, quanto ao receber bem as pessoas com deficiência. Além disso, o teletrabalho é um dos pontos que as empresas de atendimento já estão testando, pois abrange a mobilidade, o tempo, a energia para os recursos, entre outros fatores. Já no aspecto ambiental, há práticas como o TI verde, que envolve consumo de energia, o consumo de água e o tratamento de esgoto.
Para Martos, a discussão de investimentos em sustentabilidade deve entrar no planejamento estratégico da empresa. É importante, por exemplo, o trabalho com práticas positivas, mostrando ao mercado que as ações sustentáveis que as empresas realizam para que outras organizações sigam o exemplo. No website corporativo, o Ethos oferece uma ferramenta gratuita para sistematização das ações. “A empresa aplica um questionário e consegue fazer um diagnóstico das práticas em relação aos públicos. É possível também elaborar planos de ação para atender questões estratégicas. Em primeiro lugar, a empresa conhece o que faz, em segundo lugar, identifica os pontos em que precisa avançar. E a ferramenta ajuda com indicações de gestão do plano de ação. O final dessa história é o preparo de um relatório de sustentabilidade, onde a empresa apresenta impactos econômicos, ambientais e sociais, as boas práticas que realiza e, especialmente, os seus dilemas”, explica.
A avaliação que o especialista faz da visão que as corporações têm da sustentabilidade é sobre dois tipos: as empresas que têm iniciativa própria e as que seguem o mercado. “Hoje, as empresas líderes já entenderam as oportunidades de negócio geradas por práticas éticas e ações ambientais e sociais corretas. Há um movimento dos formadores de opinião da sociedade. Entre as empresas que têm o efeito de seguir, algumas estão olhando e pensando sobre. E há as que jamais vão olhar para isso porque acham que no ambiente delas não há grandes efeitos”, detalha. “Tudo também vai depender do cliente exigindo”, finaliza.