Autor: Marcelo Gonçalves
Ao lado de problemas infraestruturais que precisam ser resolvidos – as propaladas carências em portos e aeroportos, a garantia de suprimento energético para suportar o crescimento da economia, o ainda precário saneamento básico etc -, há outro calcanhar-de-aquiles fragilizando o Brasil na busca pelo desenvolvimento: a falta de pessoas qualificadas.
Claro que o País tem avançado em seus indicadores sociais e aumentado o número de jovens com graduação. Recentemente, foi divulgado que o número de doutores triplicou nesta década. Tudo ótimo, exceto por um fato: um enorme contingente de pessoas diplomadas não tem o menor preparo para enfrentar a realidade do mercado de trabalho. E, em vários segmentos, o déficit em executivos bem preparados tem ameaçado colapsar as empresas.
Daí a necessidade de investir num modelo de formação integrada, que capacite o profissional não somente do ponto de vista acadêmico, mas também o habilite a lidar com os aspectos práticos da atividade que irá desenvolver.
O estágio, por exemplo, rende muito mais quando se faz acompanhar de cursos e treinamentos específicos. E se os mestres não forem somente teóricos, mas estiverem no dia a dia do mercado, o aprendizado será ainda mais pleno.
E não é só: o profissional que já está em campo não pode se acomodar ao conhecimento que já possui. Em virtude do dinamismo do mercado, ele pode e deve fazer atualizações constantes e buscar ampliar o escopo do seu trabalho.
Gente bem preparada é a maior riqueza de um País!
Marcelo Gonçalves é sócio-diretor da BDO.