Autor: Eduardo Shinyashiki
Muito se fala sobre as pessoas do futuro. Indivíduos com desejos evidentes de autenticidade, inteireza e intimidade, conectados ao meio ambiente, à sociedade e às pessoas do mundo todo. Caminhamos sim a passos largos para a conexão, cada vez mais instantânea, com todo o planeta. A globalização é, enfim, verdadeira. Entretanto, a que tipo de interligação estamos nos referindo?
Quando falamos de pessoas do futuro, conectadas com o mundo, de qual tipo de conexão falamos? Vemos todos os dias diversos estudos sobre a interatividade nas escolas, sobre a necessidade de se atualizar e desenvolver novos métodos de ensino, e de alinhar o desenvolvimento tecnológico e as plataformas educacionais. Porém, estamos assim formando efetivamente estas pessoas?
Estou falando “estamos” porque a educação é de interesse de todos, e como adultos, somos envolvidos independente do nosso papel especifico, de pais, ou professores, ou educadores etc. É fundamental estar ciente de que, para superar os desafios que este futuro nos apresenta, é preciso dedicar atenção a algumas premissas dentro da educação, como, por exemplo, criar contextos para que os jovens possam questionar, se posicionar, se sentir estimulados a ir além do conteúdo e criar a transposição para a própria vida, um espaço de educação onde os valores morais e éticos estejam presentes nas atitudes e reflexões.
Falar de presente e futuro na educação significa cada vez mais compreender a relação entre as gerações, para criar pontes que unam as diferenças, promover uma educação norteada pela compreensão das diferenças, tolerância, solidariedade e pela integração entre conhecimento/atitude/realização.
A instrução teórica entrelaçada com o autoconhecimento é um dos grandes instrumentos para que o aluno se reconheça como agente de mudança, assumindo as suas responsabilidade individuais e coletivas, desenvolvendo competências emocionais para colocar em pratica os conhecimentos e o aprendizado e tendo a oportunidade de criar e viver o seu projeto de vida.
No contexto atual de incertezas, crises econômicas, e também da família, das comunidades e das relações, todos somos convidados a uma reeducação, a nos
auto-observar nos comportamentos, crenças e valores que estamos passando para as novas gerações, a substituir velhos modelos que não se encaixam na
nova realidade. Já não podemos imaginar que a simples transmissão de conteúdos será o bastante para transformarmos as injustiças da sociedade.
Falar de futuro nunca foi simples, porém, quando falamos em educação, precisamos ter como alicerce e ponto de partida a confiança no futuro, e devemos transmitir generosamente para as novas gerações a paixão e a força para construirmos o amanhã.
Eduardo Shinyashiki é palestrante, consultor e escritor