Autor: João Bosco
Estamos em uma época em que as transformações são caminhos críticos para o sucesso das organizações. Sabemos que as empresas, mesmo as menores, precisam ser competitivas. Para isso, necessitam de uma mudança para uma abordagem digital que torne seu negócio mais rentável.
Quando você adiciona soluções em nuvem na mistura, os problemas e as soluções para este caminho se simplificam e ampliam. A simplificação é devido à facilidade operacional que vem com produtos baseados em nuvem, pois o fornecedor executa as atualizações, lida com recuperação de desastres, fornece suporte ao cliente, executa backups noturnos e gerencia a segurança de dados.
Já a amplificação reside em que a maioria das empresas trabalha com apenas algumas aplicações e dados na nuvem, e isso, de certa forma, quebra um pouco seu modelo de dados corporativos principais. Esta complicação baseada na nuvem é certamente gerenciável, e um obstáculo que deve ser superado em direção ao seu objetivo de um ambiente de produção estável.
Certamente, a Computação em Nuvem gerou uma ruptura no ambiente de TI, mas essa tecnologia está amadurecendo e se tornando cada vez mais presente nos processos de transformação. Nos últimos dez anos, a Nuvem mudou as expectativas e competências do departamento de TI, que agora é um catalisador necessário para o desenvolvimento de toda a empresa.
Neste cenário atual, as empresas não podem mais abrir mão de fazer uso de Computação em Nuvem, seja no contexto mais simples de uso na modalidade de IaaS (Infraestrutura como Serviço) ou em contextos mais arrojados de uso como FaaS – Função na Nuvem ou Aplicações Sem Servidores.
E quais as tendências de evolução e uso de Computação em Nuvem para os próximos anos?
Apresento, a seguir, quatro tendências a serem melhor observadas em 2018:
1. FaaS – Função na Nuvem e a aplicação Sem Servidor
A função como serviço (FaaS) é uma categoria de serviços de Computação em Nuvem que fornece uma plataforma que permite aos clientes desenvolver, executar e gerenciar funcionalidades de aplicativos em uma arquitetura “sem servidor”. Essa arquitetura está no limite da fronteira da utilização eficiente da Computação em Nuvem, onde um pequeno pedaço do código de uma aplicação pode ser executado e gerenciado em alguma instância da Nuvem como um micro serviço, utilizando um protocolo sem estado (stateless), que considera cada requisição como uma transação independente, sem a complexidade de construir e manter a infraestrutura normalmente associada. FaaS é um desenvolvimento extremamente recente na Computação em Nuvem, mas já disponível através de alguns dos principais players do mercado como AWS Lambda, Funções do Google Cloud, Funções do Microsoft Azure e Oracle Cloud Fn (open source).
2. Cloud IoT – Internet das Coisas na Nuvem
O uso de tecnologias de IoT (Internet das Coisas) já está bastante disseminado em ambientes de fábricas ou empresas de logística e distribuição. Em ambientes de computação próprios e de espectro limitado, o Cloud IoT é um conjunto de serviços totalmente gerenciado e integrado para que as empresas possam conectar, gerenciar e processar os seus dados de Internet das Coisas, coletados em larga escala de dispositivos espalhados pelo mundo todo, com facilidade e segurança. O Cloud IoT poderá exponenciar a capacidade de as empresas interagirem com as “Coisas da Internet”, e também já é uma realidade em grandes provedores de Nuvem como o Google Cloud IoT e o Oracle Internet of Things Cloud Service.
3. Inteligência Artificial na Nuvem
A inteligência artificial é a tecnologia que permite que sistemas ou robôs (bots) operem de maneira inteligente e possam responder a comandos e executar atividades lógicas anteriormente limitadas aos humanos. A disponibilização de tecnologias de IA na Nuvem permite que empresas tenham, com baixo custo, enormes ganhos de produtividade, possibilidade de substituir tarefas que, apesar de repetitivas, demandam o uso de raciocínio lógico através de aprendizado de padrões de comportamento, por funções apoiadas em Inteligência Artificial. O principal uso hoje são os CHATBOTS (programas que simulam um ser humano na conversação com as pessoas) para funções de atendimento aos clientes. Grandes empresas já disponibilizam suas plataformas de IA como serviços na Nuvem como Watson da IBM, Leonardo da SAP, Azure Machine Learning e AWS Deep Learning.
4. Escritórios Digitais na Nuvem (Cloud Digital Workplaces)
O espaço de trabalho e a forma de operação das empresas estão passando por grandes transformações com o surgimento de novas tecnologias. O ambiente de trabalho do futuro é o escritório virtual, que possibilita equipes móveis exercerem suas atividades em qualquer lugar e por meio dos mais variados dispositivos. Em algumas empresas, os projetos de escritório virtual estão sendo impulsionados pelo trabalho em home office. Há ainda os casos de pequenos empreendedores e startups que optam pelo escritório virtual por questão de custos. Mas estudos já preveem que até 2020 as empresas reduzirão em quase um quinto a estrutura física devido ao crescimento da adoção de escritório virtual. O novo posto de trabalho digital funciona com uma espécie de escritório das empresas, apoiado pela mobilidade, ferramentas de produtividade e de colaboração em grupo, fornecidas na modalidade de software como serviço (SaaS), em Cloud Computing (Computação em Nuvem).
A maioria dos grandes provedores de serviços em Nuvem possui plataformas em ambientes de escritório digital, mas também devemos prestar atenção em provedores de nicho com soluções especificas como Slack, Sococo e Zoom.
Independentemente de qual tecnologia seja a mais adequada para sua empresa, a Computação em Nuvem é uma tendência já consolidada para as empresas digitais da próxima geração, fornecendo soluções mais ágeis, escaláveis e flexíveis. A tecnologia digital torna as coisas possíveis. Já o negócio digital, as torna rentáveis.
João Bosco é VP de desenvolvimento de negócios e sócio da Doxa Advisers e especialista em TI aplicada à gestão pública.