Quem está na linha de frente?

O setor de telemarketing, que emprega, em torno de 1,4 milhão de profissionais no Brasil, é composto de mulheres jovens com idade média de 23 a 25 anos (53% do total) e 82% da força de trabalho desse setor tem o 2º grau completo. Os números fazem parte de estudo da E-Consulting, boutique de estratégia e projetos de serviços profissionais, com as 10 principais empresas do setor.
Já nas estruturas de contact centers internos, a qualificação mínima é ainda maior e a proporção de colaboradores com nível superior completo ou incompleto chega a quase 30%. Em muitas empresas, este é até requisito mínimo em função do caráter estratégico das operações que permanecem internas às empresas.
“Por este motivo, os salários também são mais altos, inclusive porque o registro CLT desses funcionários muitas vezes é feito pela categoria na qual a empresa se insere. Um exemplo são os bancos, que registram seus agentes como bancários, categoria que tem um piso salarial superior”, explica Daniel Domeneghetti, CEO da E-Consulting.
Em termos de remuneração média no setor de contact center, os cargos de Gerente de Tecnologia e Gerente Comercial despontam entre os mais bem pagos com salários bases médios de R$ 9,15 mil e R$ 6,47 mil. Por outro lado o cargo de operador de telemarketing configura no estudo como o profissional com a menor remuneração dentro do setor, ganhando, em média, R$ 706 por mês.
SEM VÍCIOS
Considerada porta de entrada para muito jovens em busca do primeiro emprego, o levantamento diz que a área de call center é mais do que uma possível alternativa de candidato, algumas empresas dão preferência para este tipo de perfil devido aos poucos vícios de outras atividades ou empresas concorrentes. Por conta deste perfil, o setor tem investido, em média, anualmente, 97 horas de treinamento por colaborador. “Apesar da habilidade mais valorizada nesses profissionais ser a expressão oral, estes treinamentos visam também a corrigir possíveis desvios linguísticos”, revela Domeneghetti.
O executivo finaliza ao constatar que as empresas consideram hoje o call center um celeiro de talentos, já que muitas adotam a política de carreira fechada e dão preferência para mão de obra interna. Os funcionários de contact center, tendo passado por extensivo treinamento, têm profundo conhecimento dos serviços e produtos disponíveis. Por isso, as empresas já olham como área formadora de parte da força de trabalho para as demais áreas da empresa, como marketing, RH, qualidade, produção e TI.

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