RH no centro da transformação digital

Autor: Júlio Nogueira
Muito se fala sobre transformação digital, mas os diferentes estágios nos quais as empresas estão neste processo – principalmente no Brasil – podem trazer algumas distorções significativas tanto no conceito, quanto no processo e, principalmente, qual é o objetivo final das organizações quando se trata dessa mudança.  
 
Em primeiro lugar, a transformação digital não é um projeto único, ou uma única tecnologia. Não se trata de modernizar sistemas legados, ou criar um aplicativo mobile por exemplo. Em sua essência, a transformação digital trata-se de infundir uma mentalidade “digital” nos processos e em toda a organização, com foco alavancar o negócio – ou seja, não pode ser tratada como um simples projeto nas empresas. 
 
Por conta disso, a transformação digital tem muito mais a ver com mentalidade, pessoas e processos na organização do que com qualquer tecnologia específica. A partir deste ponto de vista, é óbvio que uma das áreas mais importantes para a verdadeira Transformação Digital é o RH – que ganha um desafio duplo: o de transformar digitalmente seus processos e operações, por um lado e, por outro, transformar toda a força de trabalho e a maneira como o trabalho é feito, em toda a organização. 
 
Em outras palavras, o RH é fundamental para levar o restante da organização rumo à Transformação Digital, ajudando a elevar os processos e o desenvolvimento a um novo patamar. Por isso, o posicionamento do RH e das lideranças são estratégicos e necessários, especialmente diante de um volume de investimentos cada vez maior em ações voltadas para a digitalização: de acordo com o IDC, a Transformação Digital deve movimentar, até 2022, mais de US$ 1,97 bilhões. Sem o direcionamento estratégico correto, as empresas correm o risco de não conseguirem maximizar esses investimentos 
 
Embora haja um consenso da importância do RH na Transformação Digital e como o próprio RH tem liderado esse processo no mundo todo, o investimento de TI em RH ainda tem muitas oportunidades. A mesma pesquisa do IDC apontou que cerca de 88% das empresas brasileiras destina menos de 1% do seu investimento total em TI às ferramentas de RH.  
 
Os papeis do RH na Transformação Digital 
Ainda que muitas oportunidades em tecnologia para a área de Recursos Humanos, isso não tira o seu protagonismo quando se fala em Transformação Digital – na verdade, sem RH, a mudança efetiva é quase impossível de ser realizada. Existem três papeis essenciais de Recursos Humanos neste processo – e que estão além da implementação da tecnologia. Veja: 
 
O RH como líder em Inovação 
Por mais que sistemas sejam importantes, a inovação começa nas pessoas. E a nova força de trabalho é cada vez mais colaborativa e diversa, com diferentes gerações compartilhando o mesmo ambiente. Por isso, as equipes inovadoras de RH estão em melhor posição para recomendar como alavancar a força de trabalho e seus recursos na era digital. Para isso, as equipes de RH inovadoras devem se concentrar em criar uma cultura propícia para inovação, onde as pessoas têm espaço não apenas para falhar rápido e com frequência, mas também para aprender. 
 
O RH como líder no crescimento do negócio 
A Transformação Digital é impulsionada, basicamente, pela necessidade de alavancar o negócio em várias frentes, no atendimento a clientes, desenvolvimento de novos produtos e serviços, entre outros. Por conta disso, a área de Recursos Humanos desempenha um papel fundamental como parceiro estratégico para impulsionar a organização. Em essência, a função de RH é cada vez mais fundamental para o desenvolvimento organizacional.  
 
O RH como agente de mudança 
Os melhores líderes de RH não reagem apenas à mudança – eles agem como um agente da transformação, e lideram os funcionários em uma direção positiva. Essa nova liderança está construindo credibilidade e confiança, medindo os resultados das mudanças e desenvolvendo um acompanhamento estruturado para garantir a sustentabilidade das iniciativas que estão sendo implementadas. 
 
A Transformação Digital exige mais do que tecnologia: é uma mudança de paradigma, e o RH passa a incorporar as responsabilidades de inovar e motivar negócios, colaboradores e agentes de mudança. E é essa amplitude no papel de Recursos Humanos que o transforma como um dos principais agentes na mudança – para além da implementação dos sistemas, e trazendo o que há de mais importante: as pessoas.
Júlio Nogueira é diretor de automação da Apdata.

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