As mulheres predominam no setor de call center no Brasil, ocupando cerca de 60% das 465 mil vagas oferecidas em todo o país. “Elas costumam ser mais cuidadosas no atendimento, o que é fundamental para o telemarketing”, explica Oscar Teixeira Soares, presidente do Sintelmark (Sindicato das Empresas de Telemarketing do Estado de São Paulo). Além de ser uma ótima oportunidade para o primeiro emprego, o setor também recebe de volta muitas mulheres que estiveram afastadas do mercado de trabalho durante anos pelos mais variados motivos. Pedro Renato Eckersdorff, presidente da Associação Brasileira de Telemarketing (ABT), lembra que “os homens, por natureza, agem mais com a razão e as mulheres, com a emoção. Isso em algumas situações melhora o atendimento ao público”, explica. Outro fator que justifica a maioria de mulheres nas empresas de call center está na jornada de trabalho de seis horas. “Como muitas mulheres ainda precisam se dividir entre o trabalho e outros afazeres, o telemarketing se apresenta como atividade ideal”, completa Eckersdorff. Na Softway Contact Center, uma das cinco maiores empresas do setor, o número de mulheres é superior à média: 74,44% da força de trabalho. São 1.124 que atuam nos sites de São Paulo e Jundiaí da companhia. Deste contingente, 10% são de mulheres que estão voltando ao mercado de trabalho. “Elas são mais dedicadas ao trabalho e, em particular, as que retornam ao mercado estão em busca de mais estabilidade e por isso se empenham para cumprir seus objetivos”, diz Topázio Silveira Neto, diretor da Softway. Na CTI (Cooperativa de Trabalho em Tecnologia da Informação) mais de 60% dos atendentes são mulheres. “Em outras áreas, o número de cooperados se equilibra entre homens e mulheres, mas em telemarketing elas são a grande maioria”, afirma Marta Reis, presidente da CTI.