O telemarketing é hoje um dos setores que mais geram emprego no Brasil. Entre 1997 e 2001, houve um crescimento de 198,01% no número de postos de trabalho em empresas de call centers, segundo números da ABT (Associação Brasileira de Telemarketing). No mesmo período, o IBGE aponta que as vagas recuaram 23,32% na indústria e avançaram 11,05% no setor de serviços. “Este crescimento praticamente reflete o avanço do uso de telefones no país, um fenômeno que se intensificou a partir da privatização das empresas de telecomunicações, ocorrida em 1998. Até então, o telefone era considerado um patrimômio; hoje, é um serviço”, explica Pedro Renato Eckersdorff, presidente da ABT. Ele lembra que, a partir do momento em que houve grande oferta de linhas no mercado, o cidadão principalmente nas grandes cidades passou a resolver seus problemas pelo telefone. “Também foi importante a consolidação do Código de Defesa do Consumidor, com as empresas disponibilizando os mais diferentes tipos de Serviço de Atendimento (SAC). Hoje, difícil encontrar a embalagem de qualquer produto que não traga um número de telefone”, diz. Em 1997, o telemarketing registrava 151 mil pessoas empregadas em todo o Brasil. Naquele ano, segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), o país contava com 18,8 milhões de telefones fixos – 11,7 aparelhos para cada grupo de 100 habitantes – e 4,6 milhões de celulares. Em 2001, quando o Brasil já contava com 40,5 milhões de telefones fixos e 29,2 milhões de celulares, o telemarketing empregava 450 mil operadores. O ano de 1999 foi o de maior crescimento para o setor, quando foram contratados 90 mil profissionais – um avanço de 46,15% em relação ao ano anterior. Nos anos seguintes, a expansão foi menor, mesmo assim muito acima de outros setores da economia. Em 2000, a oferta de empregos em call center subiu 29,82% e em 2001, 21,62%. Em 2002, porém, o avanço foi bem menor, da ordem de apenas 3,3%. Para 2003, a ABT estima uma volta no crescimento, que pode chegar a 7,5%, totalizando 500 mil postos de trabalho.