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Todos treinamentos têm que ser iguais?

Autora: Daniela Luiz
Um cliente do segmento de calçados nos procurou para formatar um treinamento para a sua equipe operacional. Em simples palavras, para a equipe de “chão de fábrica”. Como tratar a informação com essas pessoas? O objetivo maior de um treinamento é, sem dúvida, não apenas disseminar o conhecimento, mas sim, fazê-lo valer na prática, não é mesmo? Gerar melhores resultados, reduzir o índice de erros e por aí vai. Foi pensando nisso que tivemos o cuidado de mapear as informações da melhor forma possível, estudando métodos de aprendizagem que nos ajudassem a atingir esse objetivo. Vídeos, histórias, dinâmicas de associações e, até mesmo, um pouco de informação lúdica nos ajudaram e tornaram possível este objetivo. As pessoas realmente aprenderam e colocaram em prática o conhecimento trabalhado.
Outro exemplo?
Como treinar quem já sabe, ou pelo menos “já acha” que sabe, mas não aplica no dia-a-dia. Acredite, treinar funcionário antigo de casa é mais complicado do que treinar novatos. É preciso, nestes casos, valorizar o conhecimento das pessoas e o tempo de trabalho delas. E de forma não tão óbvia é preciso mostrar que mesmo as pessoas sabendo de tudo, pouco aplicam no trabalho, provando que até por esse motivo os resultados positivos não acontecem com tanta frequência.
Para retratar esse outro exemplo gostaria de citar um cliente na área de consórcios. O seu desejo era reforçar o conhecimento de seus vendedores, pontuando práticas que nem sempre são aplicadas, mas que interferem diretamente no resultado em vendas. Para estimular a equipe, desenvolvemos um treinamento com a temática futebol, esta apropriada para os tempos de Copa do Mundo. Fizemos isso como maneira de dar um recado: para entrar nesse time é preciso ser campeão. Assim, enviamos cartas de convocação aos melhores jogadores/vendedores, com a proposta de convidá-los a fazer parte desse time de campeões e, com isso, reativar lições esquecidas com o tempo. A ideia não era falar mais do mesmo, mas sim falar de outra forma sobre coisas que eles já deveriam saber de cor e salteado. Contudo, antes de propor um treinamento de forma prática, era preciso ganhar o interesse dessas pessoas, daí a necessidade de fazer uma campanha inicial.
Esses são dois exemplos típicos de que treinamento não deve ser todos iguais. Não só pelas temáticas, abordagens e objetivos, mas porque as pessoas, por não serem iguais, acabam tendo expectativas diferentes e formas de absorver o conteúdo também diferentes.
Umas conseguem assimilar melhor o conhecimento vindo através de vídeos; outras se dão bem com ensino à distância, estudando sozinho e no seu tempo; outras, no entanto, precisam ser estimuladas por um facilitador para poder compreender o tema proposto; enfim, cada um tem o seu jeito de aprender.
Por essas e outras é que digo que as empresas só terão sucesso em seus treinamentos se compreenderem essas particularidades e individualidades, caso contrário, terão sempre mais um treinamento, mais um gasto (porque nesse caso será gasto mesmo, não investimento) e poucos resultados efetivos.
Treinar é um assunto sério, é um investimento valioso para o negócio. Vejo no meu dia-a-dia empresas investindo em propagandas comerciais, reformas de prédio com estruturas “caríssimas”, mas não investindo no que – realmente – faz toda a diferença: as pessoas. É por isso que muitos negócios não vão para frente.
Algumas empresas ainda, infelizmente, veem o treinamento como “atestado de deficiência” ou “gasto” e, por isso, acabam deixando de lado esse importante instrumento de eficiência e aumento de competência. Não falar a “mesma língua” realmente é inapropriado, mas “ficar calado” é pior ainda.
Para finalizar uma frase que gosto muito: “quanto mais eu treino, mais sorte eu tenho!”.
Pense nisso.
Daniela Luiz é especialista em gestão do conhecimento e sócia da Didáctica.

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