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Trabalhando com o inimigo



Autor: Maurício Seriacopi

 

Depois da “falta de comunicação” ou “comunicação cheia de entraves”, o que mais atrapalha nos relacionamentos entre colegas de trabalho é a falta de caráter. Precisamos, inicialmente, partir do princípio de que não se trata de má índole, até que se prove o contrário.

 

1. Como nascem essas figuras nas organizações?

A permanência do profissional com muito tempo na empresa, principalmente exercendo cargo de confiança, em especial no administrativo e no financeiro. Favorecimento por parte de alguns líderes na indicação de contratação ou promoção de amigos e parentes. Ausência de política disciplinadora, e até penalizante, como ocorre principalmente nas repartições públicas. Distanciamento do principal líder com os níveis intermediários e inferiores. E falta de um plano de engajamento dos colaboradores nos objetivos da organização.

 

2. Por que há muitas pessoas difíceis nos negócios?

A falta de preparo, especialmente para os colaboradores que exercem funções de liderança é um grande fator. Por muitas vezes são colocados nessas funções como forma de promoção, mas não foram desenvolvidos para assumirem tal.

 

3. Como descobrir onde está o problema?

Fazer uma sincera e verdadeira auto-análise do seu momento profissional e principalmente financeiro. Exercer a empatia.

 

4. Como não sofrer com a presença desses inimigos?

É preciso ter e exercer a resiliência. Procurar uma ou mais oportunidades para ter conversas claras e francas sobre a situação. Tentar entender quais as razões que a fizeram tornar-se uma pessoa “do mal”. Por muitas vezes pode ter sido um trauma na adolescência ou até mesmo no próprio trabalho. Aproximar-se e, depois de descoberta a causa, procurar ajudá-la. No entanto, deve-se determinar essa ajuda por um período coerente. Não desistir no primeiro desentendimento, mas não tolerar acima da coerência e bom senso. Mudar a estratégia se distanciando ao máximo da pessoa negativa e mantendo apenas a relação cordial que o trabalho requer.

 

5. E quando não dá certo ou nada muda?

Desenvolver a empregabilidade. Buscar outra recolocação no mercado ainda se mantendo na empresa. Se possível (e se existir essa pessoa) procurar por um líder acima na hierarquia e comunicar-lhe de forma construtiva, as razões pelas quais deixará a empresa.

 

6. Ainda que desagradável, há alguma vantagem em trabalhar com alguém assim?

Sim. Além da própria resiliência, aprende-se a ser tolerante.

 

7. Existem empresas sem esse tipo de pessoas?

Sim. Empresas com missão, visão e valores claros que realmente “respiram” e inspiram-se por eles, conseguem criar um ambiente favorável que repelem naturalmente as pessoas que não se enquadrem na filosofia.

 

8. Algum outro fator oculta a causa de pessoas serem ou estarem difíceis?

Vivemos em tempos de muita produtividade, mais pressão por resultados e, por muitas vezes, sem o desenvolvimento de competências e sem planejamento. A velocidade das informações tem gerado uma aceleração do tempo.

 

É preciso, urgentemente, que as empresas sejam humanizadas. Que a relação corporal não seja superada pela tecnologia e pelas ferramentas que distanciam o gostoso e necessário “olho a olho”.

 

Maurício Seriacopi é palestrante, coach, gestor e consultor empresarial.

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