O futuro já começou. Diante das novas tecnologias e da velocidade na circulação das informações, o mercado de trabalho está em constante renovação. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), até 2030 mais de 40% dos empregos da forma que são conhecidos hoje deixarão de existir. Além disso, cerca de 20% da população mundial estará desempregada. Com intuito de debater o impacto das mudanças nas carreiras futuras, cerca de 70 diretores e gestores da área de Recursos Humanos se reuniram neste mês em Curitiba. Durante o evento “Transições e reinvenções na vida das pessoas, na vida das empresas”, promovido pela consultoria global Lee Hecht Harrison (LHH), os executivos debateram sobre as alternativas que atualmente estão disponíveis e atitudes que podem ser previstas para o mercado em transformação.
Segundo Carla Mello, fundadora da Acta e da LHH Sul e uma das debatedoras do encontro, é preciso estar atento e receptivo para as novidades. “Quais profissões surgirão e o que é necessário mudar? Nossa mentalidade e forma de pensar precisam ser abertas diante desse mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo”, afirma. Dentro disso, José Renato Domingues, diretor executivo de pessoas e sustentabilidade do Grupo Tigre, contou como a empresa se reinventou e se adaptou a essa nova realidade.
Em um país com mais de 13 milhões de desempregados, Carla alertou ainda que é importante buscar formas de qualificação e manter-se constantemente atualizado. Um exemplo global é o planejado pela Alemanha que a partir de 2032, o país deixará de fabricar motores a combustão. Usando apenas motores elétricos, estima-se que haverá um grande impacto na cadeia produtiva da indústria automotiva, nos empregos e atividades diretas. “O mundo mudou e muitas novidades ainda estão por vir. Basta olhar os acontecimentos mundiais dos últimos seis meses para perceber os imprevistos e a complexidade. Conseguiremos prever a mudança de modelo mental das pessoas? Acreditamos que não. Isso é uma tarefa de cada um, mas as alternativas são inúmeras e, sem dúvida, estimuladoras. Desafios nos mantém vivos”, concluiu Carla.