Uma nova especialização médica – Socorro!


Tem hora que usado displicentemente, o profissionalismo atrapalha! Certo ou errado?


Confesso minha perplexidade diante de constatações ao acessar certos serviços de atendimento, principalmente de empresas de serviços de utilidade pública e/ou monopolizados.


Refiro-me principalmente à nova língua que está sendo criada, provavelmente por capacitados profissionais que se esmeram em inventar/utilizar palavras cujo novo sentido leva-me a suspeitar que possuo nova doença e que ainda não tem especialidade médica: o que ouço não vejo, e o que vejo não ouço, pois nem oftalmologistas, nem otorrinos conseguem curar-me.


Refiro-me por exemplo aos SAC das empresas que operam as estradas, que como eu, outras centenas de milhares de usuários precisam aprender o novo significado das palavras que utilizam para nos colocarem na estrada por longas horas.


Vejam só:


quando dizem tráfego normal, devemos entender lento, mas andando em primeira, segunda marcha, às vezes chegando a 40km/h.


quando dizem, tráfego acima do normal, devemos entender tráfego pesado, andando em primeira, parando, primeira, parando. As recomendações são para sair somente após às 23 horas.


Quando dizem, tráfego lento, devemos entender que está congestionado, com longas paradas e andando em primeira marcha, noutros trechos. Se sair até às 23 horas, você também entra neste inferno! De Peruíbe até o acesso à Imigrantes, longos 60 quilômetros, em viagem de pelo menos 5 horas! Saindo depois das 23 você só demora 3 horas, viu?


Quando dizem tráfego congestionado, querem dizer vá dormir e saia amanhã bem cedinho, com tráfego acima do normal (no entender deles, é claro!), demorando 2 horas.


Então paro e medito: quem será que criou uma definição fora do senso comum, para os significados de normal, acima do normal, lento, congestionado?


E você, em sua empresa, o que anda dizendo?


Minha provedora de TV a cabo, diz “aguarde e já será atendido”, e depois de 10 minutos de angustiosa espera, me irrrrrrrritando cada vez mais com a repetição da mensagem, quando não de outras falando bem da própria empresa, desligo. Nos dicionários, o advérbio já é descrito como: “neste momento”, “agora”, “sem demora”. Que coisa, não?


Como cliente reluto aceitar novas interpretações para palavras consagradas e fico a pensar: a escolha das palavras citadas é decidida porque “pegam bem”?


Continuo sendo muito crítico daquelas empresas que informam o tempo estimado para o seu atendimento (pois com tantos dados conseguiriam redimensionar os recursos necessários para minimizar a espera, porém questões de custos, turn over,…, etc.), e então lanço minha dúvida:


Se você é um profissional de atendimento, de que lado você está?


Quanto a nós, seus usuários, assinantes, pacientes, contribuintes, só nos resta aguardar os avanços da medicina.


José Teofilo Neto, consultor em marketing de relacionamento, atendimento e vendas. [email protected]

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