A venda da Atento para o fundo norte-americano de investimentos, Bain Capital, surpreendeu o mercado no último dia 12 de outubro. Desde então, o setor de contact center aguarda os resultados que a aquisição trará. “No caso da Atento, temos uma situação bastante particular, já que ela foi uma das primeiras empresas de call center, em nível internacional a entrar no Brasil, e por questões de gestão financeira optaram pela sua venda, com reflexos e mudanças que poderão ser bastante interessantes para o seu público consumidor, o que vejo como projeções positivas para o setor”, avalia o consultor empresarial e professor da EAESP-FGV, Onófrio Notarnicola Filho, em entrevista exclusiva ao Callcenter.inf.br.
Processos de fusão e aquisição são comuns em todas as áreas do mercado corporativo, e a última operação protagonizada pela Telefónica e o Bain Capital marca mais um capítulo bilionário que deve impactar em empresas de diversos portes. “Sem dúvida o reflexo baterá como uma grande onda nas pequenas e médias companhias, se os empresários estiverem atentos na leitura dos sinais, descobrirão novas ofertas de serviços ou mercados”, explica Onófrio.
De acordo com o especialista, toda mudança traz novas possibilidades de serviços e consequentemente ações em favor destes negócios, onde o ponto crucial dos clientes é a busca por fornecedores com maior poder de negociação e disponibilidade para pagar pelo valor adicional. É possível que, em um futuro próximo, o mercado já consiga perceber quais novidades surgirão com a entrada do Bain Capital no setor de call center. Até o momento a única certeza é de que a companhia norte-americana fez um alto investimento, cerca de US$ 1,3 bilhão, com a expectativa de expandir seus negócios para a América Latina. Mas o que motiva uma aplicação tão alta?
Para Onófrio, existe, no Brasil, uma tradição de apoio intencional nas recuperações das empresas, principalmente no setor de call center, que desponta como um dos principais geradores de emprego em massa e pela iniciativa do grupo investidor, em tornar este negócio rentável e em reduzido período de tempo. Além disso, há por outro lado, as leis e benefícios que o governo norte-americano pode oferecer. “Creio que valerá a pena investigar, pois na situação e projeções da economia americana a crise ainda existe e perdurará por mais algum tempo, pode ser que nesse momento o Bain Capital tenha bons benefícios, quem sabe, além dos brasileiros”, analisa.