
De fato, no contexto empresarial, um cisne negro é algo que a boa gestão procura evitar. Ninguém em sã consciência tem a intenção de lidar com eventos inesperados e de alto impacto nas organizações, que acabam por romper com todas as premissas do planejamento. Um dos objetivos claros da inteligência de negócios, e particularmente da competitiva, é de antecipar essas ameaças ao bom andamento do empreendimento.
Sobre a antecipação de eventos, fomos buscar aprendizados em um passado ainda mais remoto, aproximadamente 200 A.C. Era tempo da segunda das Guerras Púnicas, entre romanos e fenícios, esses últimos baseados em Cartago, norte da África. Naquela época, Cartago era comandada pelo célebre Aníbal, considerado por muitos como um dos maiores táticos militares da história e disputava com os romanos a supremacia nas terras e no comércio por meio do Mediterrâneo.
O exército romano tinha como prática mover-se com grandes quantidades de materiais de defesa para construção de muralhas “temporárias” defronte aos acampamentos, que eram usados para proteger o contingente enquanto estavam acampados. A filosofia por trás dessa defesa era, evidentemente, isolar-se do mundo externo. Foi o General Cipião, o Africano, que mudou decisivamente essa tática romana, dando mais agilidade na movimentação militar, o que acabou tendo grande influência para o desfecho favorável aos romanos. Cipião determinou que, ao invés da muralha, fosse estabelecido um perímetro móvel de vigilância permanente no entorno do exército, de forma que os vigilantes captassem todas as ocorrências do entorno antes que elas chegassem aos seus comandados.
Ao reunir as duas histórias, aprendemos que é cada vez mais necessário sistematizar a captura dos estímulos externos as nossas companhias, antecipando os riscos que nos ameaçam e propondo ações de mitigação aos impactos.
Com as evoluções das mídias sociais estamos começando a observar novas ferramentas de monitoramento do ambiente externo. Esses instrumentos permitem aos gestores avaliar o “buzz” das redes sociais e aumentar a pró-atividade para a resolução dos problemas que estão por vir. Para que possam ser acionáveis, considerada a quantidade de conteúdo gerada a cada dia, é indispensável capturar, armazenar, sintetizar e analisar as informações automaticamente, usando alarmes e indicadores inteligentes para engatilhar ações preventivas. Mas isso é assunto para outra coluna!
Mãos à obra!
Leonardo Vieiralves Azevedo é diretor da Habber Tec Brasil.