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A era da sociedade da informação



Autor: Demerval Luiz Polizelli

 

Televisão digital, telefonia IP, celulares multifuncionais e Internet 3G refletem ações de inteligência de negócio muito mais sofisticadas do que se imagina. Se, para o consumidor, o avanço da tecnologia tem sido tão intenso nos últimos anos, imagine para as equipes de desenvolvimento? Uma coisa já é possível afirmar: grande parte dessas inovações não surgiu espontaneamente como pensam alguns. Todas essas novidades foram  produto de uma nova forma de gestão de tecnologia com base em colaboração e redes de negócio.

 

Na última década, a velocidade das inovações exigiu tamanha articulação que os países ricos passaram a desenvolver uma proposta para a sociedade como um todo. Universidades, Governos e empresas dividem entre si o papel de difundir o conhecimento existente e transformá-lo em novos produtos e serviços com o apoio de competências espalhadas pela sociedade. Aí está a era da Sociedade da Informação.

 

Essa sociedade voltada para o conhecimento encontra-se em processo de formação e expansão por todo o mundo. O Japão, por exemplo, foi um dos pioneiros da Sociedade da Informação. O país, que é amplamente reconhecido por sua habilidade em desenvolver novas tecnologias, publica periodicamente relatórios sobre a situação e as tendências das telecomunicações (Livro Branco) que estimula empresários, estudantes e empresas a explorar as oportunidades e os desafios nas áreas de informática e convergência digital. Atualmente, o país se preocupa em desenvolver a sociedade das redes voltada para o acesso a partir de qualquer plataforma, para qualquer conteúdo, a qualquer tempo.

 

Essa estratégia japonesa pensou no emprego de tecnologia da informação em dois planos complementares. O primeiro investe na infra-estrutura e na capacidade de comunicação entre as empresas, para aumentar a eficiência das organizações. O segundo antecipa as novas necessidades geradas pela diversificação dos estilos de vida da população, que demanda por novos serviços, conteúdos e produtos com acesso digital.

 

Aqui no Brasil, no entanto, essa visão dos rumos da tecnologia não está acompanhando as tendências de ponta, está longe de ser a ideal. Quando voltamos nossa atenção para o PAC, fica difícil compreender como esse projeto poderá consolidar redes de negócio e informação sem que haja um planejamento amplo de desenvolvimento de novas soluções em TI.

 

Livro Verde

Uma primeira proposta  foi pensada há cerca de oito anos no Brasil. Um grupo de estudiosos desenvolveu uma obra – Livro Verde da Sociedade da Informação no Brasil – com uma série de ações para o desenvolvimento de tecnologias para o setor. Porém, o setor privado não foi envolvido nesse projeto. Na época, a mesma iniciativa tentava acompanhar ações em nações como Coréia, Japão e países da União Européia. O livro contém as tendências da tecnologia e pretendia ser uma bússola para novas ferramentas, além – é claro – de compor um banco de dados riquíssimo para empresas, governos e universidades. Contudo,  não teve continuidade e não foi capaz de articular os chamados principais atores (governo, educação, empresas).

 

Com o objetivo de trazer novamente à tona a discussão sobre a importância que o Livro Verde tem no desenvolvimento de novas tecnologias para o País, os alunos da FIAP estão realizando uma série de ações para a atualização desse documento.

 

A idéia é iniciar um movimento para que o Brasil  comece a desenvolver propostas para a constituição de redes de negócio com base em tecnologias de ponta. Por exemplo, a exportação de biocombustíveis exigirá a integração de produtores, tecnologias de desenvolvimento que podem ser monitoradas por relatórios sobre as tendências da tecnologia, orientando os investimentos das empresas para novas soluções. Sabemos que a tarefa não é fácil. É evidente que o País ainda enfrenta um conservadorismo para investir em tecnologias, mas precisamos o quanto antes quebrar essa barreira.

 

As pesquisas sobre as experiências dos projetos de Sociedade da Informação devem ser encaradas como levantes por parte das universidades, empresas e governos. Caso contrário, o Brasil vai naufragar por não desenvolver uma rede de agências de fomento de famílias de tecnologias para a elaboração de produtos, sistemas e ferramentas estrategicamente inovadoras. Esse incremento é essencial para o crescimento do País e pode converter as propostas do PAC em oportunidades para o debate e aplicação de novos conceitos de gestão.

 

Demerval Luiz Polizelli é professor da FIAP nas disciplinas de TGA, sociologia, teoria dos sistemas de informação e planejamento estratégico.

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