Muito se tem discutido sobre a verdadeira dimensão da ética na empresa competitiva. Afinal, o que se entende por ética na empresa? É o conjunto comportamental como um todo em relação aos próprios colaboradores, como também com os seus clientes. Não é, portanto, uma carta de intenções, mas, obrigatoriamente, uma nova cultura empresarial para que possa esta ser competitiva nos mercados globalizados hodiernos.
A empresa ética é aquela comprometida em bem servir aos seus próprios colaboradores, dando-lhes uma resposta às suas necessidades básicas, sabendo valorizar os seus pontos fortes, respeitar os seus sentimentos humanos, enfim, ter uma gestão contínua de valorização humana. Ao lado desta vertente, a valorização de um outro capital externo – o cliente.
O foco maior da empresa moderna centra-se no capital humano dos seus colaboradores e no encantamento dos clientes através de um planejamento estratégico para antecipar-se às necessidades dos mesmos. Para o empresário João Dória Júnior, em seu livro 15 estratégias para vencer “as empresas estão descobrindo que a ética pode resultar em lucro e aumento de produtividade, porque faz crescer a fidelização dos clientes e a competitividade dos colaboradores. Uma empresa que respeita seu público, interno e externo, cresce mais depressa e se torna mais produtiva”.
Os consumidores atuais estão cada vez mais informados e conscientes de seus direitos. Quando uma empresa tenta burlar-lhes seus direitos, sofre, certamente, boicotes levando-a a prejuízos incalculáveis. Daí, a necessidade de uma permanente pesquisa de satisfação junto aos seus clientes ou de um pós-venda, se for o caso. A ética tornou-se mais relevante no mundo dos negócios, a partir desta concientização do cliente – sua importância como consumidor. “Não basta atingir o lucro a qualquer preço, é necessário fazê-lo dentro de critérios éticos que permitam ao consumidor julgar a atuação da empresa em relação a seus fornecedores, parceiros e clientes”, afirma o empresário João Dória Júnior.
Uma das grandes falhas éticas das empresas, segundo o Prof. Marins, é aquela em que os seus gestores formam conceitos precipitados sobre seus colaboradores, sem qualquer interação com os mesmos, implicando numa postura inteiramente à ética e que, certamente, em nada contribuirá de positivo.
A empresa ética passa por toda uma preocupação contínua de aperfeiçoamento da própria empresa e dos colaboradores. A empresa ética zela para que tudo funcione harmônicamente, não importando o setor e colaboradores, os quais hão de ser éticos, respeitarem uma às outras e a partir desta realidade vivenciada há de nascer o respeito profundo para com os clientes da empresa. Segundo o Prof. Marins “a empresa sem ética interna e externa jamais será bem sucedida”. Os seus gestores, líderes e colaboradores haverão de ser éticos, predominando o respeito pessoal e profissional entre todos, eliminando-se, daí, o câncer da empresa – a fofoca. Dentro da empresa não se pode admitir a individualidade de relacionamento. O grande alvo deve ser sempre o sucesso da empresa, ou seja, a sua lucratividade. Do contrário, constata-se na prática que os colaboradores fazem “corpo mole” em suas atribuições de trabalho.
A ética na empresa passa ainda por sua responsabilidade social junto ao meio em que vive, devendo, sempre que possível, participar na melhoria da qualidade de vida da comunidade e inclusão social dos mais necessitados, melhorando o seu marketing de relacionamento por se apresentar ao público com esta credencial de serviços. A empresa ética possui a cultura de que o verdadeiro diferencial desta é aquele que agrega valores ou benefícios aos produtos e serviços que são oferecidos aos seus consumidores.
João Gonçalves Filho (Bosco) – Administrador de Consórcio ([email protected])