A evolução dos hábitos de consumo na web



O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br apresenta os números sobre Comércio Eletrônico e Habilidades com o Computador e a Internet da TIC Domicílios 2007. Segundo a pesquisa, 45% das pessoas que já utilizaram a Internet declararam ter realizado pesquisas de preço de produtos ou serviços pela rede, e apenas 16% informou ter completado uma compra via web. Este dado demonstra que a Internet já se consolidou como ferramenta para comparação de custos e levantamento da disponibilidade de bens e serviços, mas ainda não necessariamente para aquisição.


A proporção de usuários de comércio eletrônico, ou seja, pessoas que realizaram compras nos últimos 12 meses, permaneceu estável entre 2006 e 2007, passando de 11% para os atuais 13%. Porém, neste período, ocorreu um expressivo aumento no percentual de usuários de comércio eletrônico nas faixas de renda e nas classes sociais mais elevadas. Considerando aqueles que possuem renda familiar acima de cinco salários mínimos, o crescimento no uso da rede para a aquisição de produtos e serviços foi de 13 pontos percentuais de 2006 a 2007, passando de 19% para 32%. Com relação à classe social, na classe A, a proporção de pessoas que realizou compras pela rede nos últimos 12 meses passou de 36% em 2006 para 52% em 2007.


Entretanto, a pesquisa indica que a proporção de pessoas da classe C que informou realizar compras pela rede se manteve estável, passando de 8% para 9%. Essa classe concentra o maior número de pessoas que já usaram a Internet. Em 2007, 52% das pessoas que declararam já ter navegado pela rede era da classe C, enquanto somente 3% era da classe A. Este fato sugere que o aumento da disponibilidade do micro crédito e da renda que vem se observando no Brasil nos últimos anos ainda não despertou o interesse das empresas de comércio on-line para este grupo de consumidores.


Os produtos mais populares entre os internautas em 2007 foram os equipamentos eletrônicos, como câmeras, telefones celulares e aparelhos de DVD, que correspondem a 41% dos bens adquiridos. Em segundo lugar ficaram os eletrodomésticos e produtos para a casa (27%), que em 2006 ocupavam a quinta posição na lista de produtos mais consumidos na rede.


A principal barreira indicada pelos entrevistados para a compra on-line foi a preferência por comprar pessoalmente, motivo alegado por 57% daqueles que já usaram a Internet, mas ainda não efetuaram uma compra on-line, o que indica que os maiores impedimentos para a ampliação do comércio eletrônico no país são a cultura e o hábito do brasileiro.


A proporção de indivíduos que já divulgou ou vendeu algum bem ou serviço pela internet em 2007 é ainda menor que a proporção daqueles que compraram pela rede: 4% dos internautas declarou ter efetuado alguma transação de venda. Além disso, esta proporção se mantém constante em relação a 2006. Mais uma vez, quando observamos as classes mais altas da população, o padrão de comportamento muda com relação à média geral. Se considerarmos a classe A, a proporção de pessoas que divulgou ou vendeu algum bem pela internet dobrou, passando de 7% em 2006 para 14% em 2007.

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