CMO da Omens descreve as estratégias adotadas pela health tech para incentivar e facilitar o acesso dos homens aos tratamentos, vencendo tabus
Algumas questões culturais, que sustentam os tabus em torno da virilidade e da autoafirmação do mundo masculino, continuam ocasionando certa displicência quando se fala de saúde e bem-estar dos homens. Ou seja, por questões de certos receios, muitos acabam deixando de procurar ajuda médica diante de problemas tais como disfunção erétil, ejaculação precoce, diminuição da libido, entre outras. Diante disso e vislumbrando as oportunidades latentes, a Omens foi criada em 2020. A plataforma da startup permite, de forma 100% on-line, que a população masculina tenha o acesso à médicos especialistas, mantendo a discrição, a privacidade e a efetividade de tratamento garantidas. Compartilhando os detalhes de como as vertentes do negócio vão se ampliando visando o autocuidado em prol da saúde masculina, Marina Daur, CMO da Omens, participou, hoje (17), da 684ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.
De início, Marina aproveitou para explicar a gênese do projeto, diante dos objetivos de entregar uma experiência efetiva aos homens em busca de uma maior atenção a esses autocuidados. Fruto da sociedade entre dois empreendedores franceses Morgan Autret e Olivier Capoulade, e o urologista brasileiro João Arthur Brunhara, a ideia da health tech nasceu da evidência generalizada de que o universo masculino se caracteriza por um cuidado próprio com a saúde em um nível bem inferior ao das mulheres. Isso se dá em três aspectos principais, levantados pela executiva, sendo o primeiro a cultura de subestimar as dores físicas e emocionais masculinas desde a infância, com mantras do tipo “meninos não choram”, por exemplo. Ou seja, o receio de ferir o senso de virilidade do homem. Em segundo lugar, ao contrário das meninas, salientou ela, que são induzidas, desde cedo, a procurar uma médica em função das transformações ocorridas no desenvolvimento de seus corpos, os meninos passam ao largo desse movimento em suas mudanças físicas. “Há homens que passam sua vida inteira sem jamais visitar um urologista.” Por fim, levantou a questão da acessibilidade, cujas barreiras se manifestam tanto por motivos financeiros quanto pelos geográficos.
“Falando-se de médicos especialistas, enquanto em áreas como da ginecologia, cardiologia e outras, há uma média entre 30 mil a 40 mil deles disponíveis em cada uma no País. Já na vertical da urologia, esse número não chega a 5 mil. E de forma acentuadamente centralizada na região Sudeste. No restante do País, quanto menor a cidade, a tendência é inexistir esse profissional especializado para atender à população e, quando há, por ser conhecido por praticamente todos os moradores, inibe a procura, potencializando o tabu.”
A executiva faz questão de colocar em relevo ainda mais essa questão dos preconceitos, que se manifestam na sociedade em geral, afetando a área da saúde, nas compras de medicamentos antidepressivos, entre muitos outros aspectos. Dessa forma, ela reforçou a importância do surgimento da Omens para impulsionar e melhorar essa jornada do autocuidado masculino, principalmente por se tratar de uma plataforma 100% on-line que permite o relacionamento entre médicos e pacientes por telefone, vídeo e, de forma ainda mais privativa, via mensagem de textos. E, em termos de receituário médico, isso pode ser obtido via internet para compras em estabelecimentos farmacêuticos, assim como fazer uso na farmácia on-line que a Omens disponibiliza para atender aos usuários da plataforma, com entrega em domicílio.
Ao falar do público-alvo do negócio, as pesquisas mostraram que se trata de um potencial da totalidade dos homens do País, com perfis extremamente pulverizados em termos etários, sociais e geográficos. “Qualquer homem é um cliente em potencial, com uma tendência a se concentrar mais numa faixa etária entre 25 a 45 anos.” Potencialidade essa que é insuflada, na base dos possíveis clientes da health tech, pelo fato de já avançar para além dos problemas em urologia. Ao constatar a evidência de que problemas como a da disfunção erétil, por exemplo, não tem origem unicamente biofísica, a Omens incorporou ao portfólio o atendimento psicológico e prosseguiu com o incremento dos cuidados dermatológicos. “Além dos benefícios à saúde, a dermatologia está muito ligada à questão estética que, por sua vez, está intimamente ligada à autoestima da pessoa e até aos seus relacionamentos pessoais e profissionais. Então, é indubitável que os homens passaram a dar mais atenção também a esses fatores.” Esse quadro leva a uma projeção de atuar, em um futuro próximo, com uma visão mais holística, envolvendo também áreas como endocrinologia, nutrição, etc., sabendo-se o quanto isso afeta da mesma forma a autoestima e o bem-estar.
Depois de explicar de que forma a comunicação é feita, estrategicamente, de forma mais descontraída e próxima, mesmo embasada em questões científicas de alta seriedade, Marina falou também sobre a preocupação de nutrir a plataforma com conteúdo sobre esses problemas de saúde. Assim, atendendo ao hábito da população de consultar a internet sobre riscos e tratamentos médicos antes de procurar ajuda especializada, é nessa dinâmica que se origina atualmente 40% da base de clientes. Houve tempo ainda para ela explicar o mecanismo das consultas, dos tratamentos, cursos de autocuidados e orientações sobre produtos.
O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 683 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA terá sequência amanhã (18), recebendo Giselma Matos, diretora de customer services ELL Américas da Pearson (Wizard, Yázigi, Pearson), que falará da construção da CX com melhoria contínua; na quarta, será a vez de Paulo Gaspar, gerente executivo comercial e de trade marketing da Penalty, abordando a aposta em inovação para fidelizar os fãs de esporte; e, na quinta, encerrando a semana, o tema “Telemarketing: O que muda com a adoção do Stir Skaken no Brasil?”, será debatido com a presença de Carlos Baigorri, presidente da Anatel, e Cláudio Tartarini, assessor jurídico da ABT e sócio da Souza Neto e Tartarini Advogados.