A hora e a vez dos cartões virtuais



Autor: Mateus Passos

 

O pagamento das passagens aéreas sempre foi realizado por meio do faturamento oferecido pelas agências de turismo. Durante muito tempo, este formato atendeu bem às necessidades das empresas. Oferecia-se um prazo médio de 16 dias para pagamento, com até três faturamentos por mês. Além do prazo razoável, obtinha-se alguns relatórios de controles que, em muitos casos, promovia somente a organização das cobranças e despesas por meio de centros de custos ou departamentos.

 

Podemos dizer, no entanto, que os pontos negativos deste processo estão acima dos benefícios do faturamento. Um exemplo é o caso de uma empresa que pedia reembolso de passagem. O valor era creditado para a agência de viagens que realizou a emissão, impossibilitando a empresa de ter qualquer autoridade sobre o controle da devolução dos valores relativos a este trâmite. No final dos anos 90, este cenário começou a mudar, ao chegarem ao Brasil os cartões virtuais para pagamento de passagens aéreas. O sistema resolveu praticamente todos os problemas advindos do modo convencional de pagamento de passagens.

 

Atualmente, todos os grandes bancos oferecem este serviço, e o melhor, sem custo adicional para utilizar o sistema. Por meio desta ferramenta, o prazo médio para pagamento passa de 16 para 26 dias. Outra opção é liquidar as despesas em uma única data, de acordo com o fluxo de caixa da empresa. Do ponto de vista tecnológico, os cartões virtuais para pagamento de passagens disponibilizam relatórios que podem ser convertidos em qualquer formato, possibilitando a integração dos dados com o ERP das empresas e o gerenciamento dos acordos comerciais com as companhias aéreas.

 

Todos os reembolsos são realizados por meio do cartão, eliminando a dependência da empresa em receber dados da agência para acompanhar esse processo. Outra grande vantagem é que o comprador não terá gastos adicionais com seguros de viagens, pois estes são oferecidos aos passageiros que utilizam a ferramenta como forma de pagamento. Mesmo com estes benefícios, ainda hoje me deparo com gestores que possuem grande resistência com relação ao produto. Percebo que existem duas oposições básicas. A primeira é que alguns foram pioneiros na implementação do sistema e tiveram alguns problemas com a sincronia do sistema da agência com o do cartão. A outra é o medo da mudança ou, até mesmo, o desconhecimento desta forma de pagamento.

 

Se você se identifica com algum destes casos, não desista do cartão, pois a dificuldade pode estar em algum ponto no processo entre sua empresa e a sua agência, podendo ser resolvida facilmente com uma boa consultoria. As vantagens são muitas, e as mais visíveis estão relacionadas à economia de tempo nos processos e melhor rasteabilidade no reembolso.

 

Atualmente, o grande desafio do mercado é desenvolver uma ferramenta semelhante para o pagamento das despesas hoteleiras, que dê o mesmo grau de controle oferecido pelos cartões virtuais destinados às com passagens. Isto se deve a eminente eliminação do faturamento imposto pelas principais redes hoteleiras, fato que desestruturou o processo de gerenciamento das despesas com hospedagens. Para atenuar essa questão, o bom e velho cartão de plástico – cartão corporativo -, aliado a um relatório de despesas de viagens, tem se mostrado uma eficiente solução.

 

Mateus Passos é gerente de novos negócios da Tour House.

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