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Juliana Ehara, gerente de comunicações internas para a Red Hat América Latina

A infobesidade e o poder da mente 

Ao integrar os insights da neurociência na comunicação, é possível criar estratégias mais eficazes e éticas

Autora: Juliana Ehara

A infobesidade, caracterizada pelo excesso de informações a que estamos expostos diariamente, pode sobrecarregar nossa mente e prejudicar nosso bem-estar. No entanto, reconhecer o poder da mente é crucial para lidar com esse fenômeno. A prática da gratidão, ao focar nas coisas positivas da vida, pode servir como uma ferramenta poderosa para aliviar o estresse causado pela infobesidade.

Ao cultivar uma mentalidade grata, somos capazes de direcionar nossos pensamentos para aspectos positivos, promovendo uma perspectiva mais saudável em meio à enxurrada de informações. A mente, quando treinada para apreciar o que tem, pode desviar-se das armadilhas da sobrecarga de informações. A gratidão também desempenha um papel na cura emocional, fortalecendo a resiliência mental e emocional diante dos desafios cotidianos.

Portanto, ao combinar a consciência da infobesidade com o poder da mente e da gratidão, podemos encontrar um equilíbrio saudável, permitindo-nos navegar pelo mundo digital e físico com uma mentalidade positiva e resistente.

Muitos utilizam os princípios do Ikigai: conceito japonês que combina as palavras “iki” (vida) e “gai” (valor ou mérito). 

  • Paixão (Sua Paixão): Encontre o que você ama fazer. Identificar suas paixões e interesses é fundamental para descobrir o propósito na vida.
  • Vocação (Sua Vocação): Determine no que você é bom. Compreender suas habilidades e talentos naturais é crucial para alcançar o Ikigai.
  • Missão (Sua Missão): Descubra o que o mundo precisa. Entender as necessidades do mundo ao seu redor e como você pode contribuir positivamente é parte integrante do Ikigai.
  • Profissão (Sua Profissão): Envolva-se no que você pode ser pago para fazer. Encontrar uma carreira que não apenas permita que você ganhe a vida, mas que também esteja alinhada com suas paixões, vocação e missão, é uma peça-chave do Ikigai.

O Ikigai é frequentemente representado como a interseção dessas quatro áreas. No centro, onde todas elas se sobrepõem, está o propósito de vida, o Ikigai propriamente dito. Ao buscar atividades ou ocupações que satisfaçam esses quatro elementos, as pessoas podem experimentar uma vida mais significativa e plena, de acordo com os princípios da filosofia

O livro escrito por Ken Mogi,  “Ikigai, os cinco passos para encontrar seu propósito de vida e ser mais feliz”, possui um trecho em especial que me fez refletir : “Na vida, nós precisamos de evolução, não de revolução”. 

Neurociência aplicada na comunicação

A aplicação da neurociência tem se tornado uma área de estudo fascinante, explorando como o cérebro responde a estímulos verbais e visuais. Aqui estão algumas maneiras nas quais a neurociência é aplicada na comunicação:

  • Neuromarketing: Compreender como o cérebro responde a estímulos de marketing é crucial para criar mensagens persuasivas.Estudos neurocientíficos ajudam a otimizar logotipos, cores, palavras-chave e outros elementos de campanhas publicitárias para maximizar o impacto.
  • Storytelling: A neurociência mostra que o cérebro humano é mais envolvido por histórias do que por dados brutos. Ao aplicar princípios de narrativa em comunicação, é possível criar conexões mais profundas e memoráveis.
  • Compreensão da atenção: Estudos de neurociência auxiliam na compreensão de como o cérebro processa a atenção. Isso é crucial para comunicadores que desejam capturar e manter a atenção do público em um ambiente saturado de informações.
  • Linguagem e Persuasão: Pesquisas neurocientíficas podem informar estratégias de escolha de palavras e linguagem que têm maior probabilidade de criar uma resposta emocional no cérebro, influenciando positivamente as atitudes e comportamentos.
  • Design Visual e Usabilidade: Ao compreender como o cérebro percebe e processa informações visuais, comunicadores podem criar designs mais intuitivos e atraentes. Isso se aplica a interfaces digitais, gráficos e outros elementos visuais de comunicação.

Ao integrar os insights da neurociência na comunicação, é possível criar estratégias mais eficazes e éticas, alinhadas com a maneira como o cérebro humano processa informações e responde a estímulos comunicativos.

Conforme Fabio Nudge Pereira, autor do livro “Infobesity” (“Assuma o Controle de suas Telas” em português), a infobesidade não só é o resultado do excesso de informações, mas também o nosso descontrole e falta de filtros diante delas. Há uma diferença significativa entre o que é importante e o que é urgente e entender isso é um dos caminhos para que você se mantenha na vida infofitness. 

A ciência explica que tomamos 35 mil decisões por dia e que aprender a usar a tecnologia para filtrar o que realmente importa faz a diferença no nosso cotidiano. O método infofitness não se propõe a ser milagroso nem mudar a sua vida da noite para o dia. Longe disso, tornar-se infofitness exige dedicação, estudo e desenvolvimento de habilidades que trabalham por você e para você, o que quer dizer que a experiência é individual. Levando para o mundo da nutrição e das dietas alimentares, a proposta se aproxima de uma reeducação alimentar. 

Reduzir a intensidade não significa fracassar 

Equilibrar certos aspectos da vida não deve ser interpretado como um sinal de fracasso. Pelo contrário, essa atitude pode ser uma escolha consciente para preservar o equilíbrio, a saúde mental e o bem-estar. Reconhecer quando é necessário uma pausa pode ser um sinal de autoconhecimento, demonstrando uma sabedoria de adaptar-se às circunstâncias.

A vida é dinâmica, com diferentes fases e desafios, e ajustar-se à intensidade não implica falta de ambição ou comprometimento. Significa, na verdade, uma abordagem estratégica para otimizar recursos e energia.Assim, reduzir a intensidade em certas áreas da vida pode ser uma estratégia inteligente e corajosa para priorizar o que realmente importa, promovendo um equilíbrio mais saudável e sustentável. Em última análise, o sucesso não é apenas medido pela intensidade com que perseguimos nossos objetivos, mas pela capacidade de alcançar um equilíbrio que promova um desenvolvimento holístico.

Em algum momento da vida você já parou para refletir se todo acúmulo que coloca em você, necessariamente deveria ser seu? Talvez não seja necessário equilibrar tantos pratos ou deter tantas informações, mas sim os que realmente importam. Difícil? Sim, mas jamais impossível!

Às vezes, a gente só precisa entender que se libertar de um peso nos garante viver muito melhor, e eu posso afirmar isso.

Recomeçar é um ato de coragem e gratidão

Refletindo sobre a questão, percebi que fazemos com a gente o mesmo que fazemos quando aparece uma atualização de software em nosso computador: adiamos para uma hora, depois para um dia, para uma semana e assim vai até o momento que não pode ser mais adiado e, o seu computador fecha tudo e inicia a atualização, você querendo ou não.

Anteriormente, eu disse que poderia afirmar que se libertar de um peso nos garante viver muito melhor e sim, isso é verdade. Há alguns meses eu tive a minha “máquina” (corpo) forçada a entrar em uma longa atualização.

Diante de dias intensos e corridos de trabalho, casa, filho, marido e tudo mais que a gente gosta de acumular dentro da nossa cabeça e corpo, me vi obrigada a parar diante de uma doença autoimune, que não tem cura (até o momento).

Você até tenta continuar com todo acúmulo que você guardou por anos, mas o seu corpo não deixa, ele paralisa e quando nos vemos nessa situação é como se tudo que você acumulou fosse indo embora lentamente e dolorosamente.

Mas afinal, será que tudo que acumulamos durante a nossa vida vale mesmo ser guardado? Será que tudo vale o nosso estresse, ou melhor, será que vale a nossa saúde física e mental?

Para mim, entendo que foi uma oportunidade para recomeçar, uma chance de valorizar as coisas que deixamos passar em nosso dia a dia e principalmente de cuidar realmente de mim.

Você, que está lendo este artigo, reflita se tudo que você está acumulando realmente merece ser guardado, se realmente você precisa ficar horas na frente das telas, se precisa consumir todos os conteúdos, se o tempo com a família realmente é aproveitado, e principalmente: o que você está fazendo por você.

Agradecer e aceitar aquilo que não queríamos também é um ato de coragem.

Juliana Ehara é gerente de comunicações internas para a Red Hat América Latina.

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