A tecnologia do momento



Autor: Gustavo Caetano

 

A utilização da tecnologia sob demanda vem crescendo há quase uma década, mas se intensificou nos últimos cinco anos, de acordo com estudos do Gartner. A válvula propulsora é o SaaS (Software as a Service), que, em português, significa “Software como um Serviço”. Em poucas palavras, o SaaS é um modelo de agregação de valores que disponibiliza aplicações on-line, como um grande pacote de serviços. Ou seja, o cliente possui direitos sobre seus dados e também para a utilização do software, mas só paga pelo que ele realmente utiliza.

 

Essa prática deve movimentar US$ 9,6 bilhões em 2009 em todo o mundo, com crescimento de 21,9% sobre 2008, de acordo com o Gartner. Trata-se de uma expectativa muito positiva, que é resultado, entre outros fatores, do nosso momento econômico. Com os orçamentos cada vez mais apertados pela crise, as empresas tendem a se interessar por tecnologias que reduzam custo. Afinal, para utilizar o SaaS, o cliente não precisa adquirir hardware e tudo funciona de forma 100% digital, sem inflar o orçamento.

 

Outras vantagens são a alta disponibilidade, baixo custo de manutenção, redução da dependência do departamento de TI interno, rápida implementação e retorno sobre o investimento. Com esses argumentos consolidados, a adoção do SaaS deve continuar em ascensão e, segundo o Gartner, o crescimento deve se manter até pelo menos 2013, quando este mercado movimentará aproximadamente US$ 16 bilhões em todo o mundo.

 

Para que este número se torne real, algumas mudanças de cenário são necessárias: muitos gestores de TI ainda não gostam da ideia de ter as informações da empresa hospedadas na Internet. Para convencer esse pequeno grupo, as empresas de SaaS investem na busca de um grau de quase perfeição no uptime (tempo em que um site fica on-line durante um mês todo), além de serem transparentes em relação à localização dos data center e sobre quem os opera.

 

Um outro ponto interessante é que uma mesma aplicação pode ser adotada por diversas empresas ou, se necessário, as fornecedoras de SaaS podem customizar os softwares. O desafio, nesse caso, é mostrar quais serviços devem realmente ser customizados em uma aplicação de gerenciamento de vídeos, por exemplo. É neste momento que as empresas fornecedoras de SaaS trabalham como consultoras, auxiliando o cliente a escolher e sinalizar quais serviços são realmente essenciais.

 

Esse cenário tem impulsionado, gradativamente, o interesse dos desenvolvedores em trabalharem com SaaS. Isso se reflete também no Brasil, mas com cautela. Diferente de países como Estados Unidos, Coréia do Sul e Japão, onde o SaaS está consolidado, nosso País vive a era do cloud computing, um modelo já exaustivamente debatido no exterior e que pode ser definido como um modelo no qual a computação (processamento, armazenamento e softwares) está em algum lugar da rede e é acessada remotamente via Internet.

 

Aliado a esse conceito de “computação nas nuvens”, o SaaS se torna uma ferramenta poderosa no que diz respeito ao gerenciamento e armazenamento de conteúdos digitais. Esse modelo permite agregar algumas das mais importantes ferramentas na nova era digital: mobilidade e escalabilidade.

 

Nos Estados Unidos, por exemplo, até o fim deste ano, 76% das empresas utilizarão ao menos uma aplicação de SaaS em seus negócios, de acordo com levantamento da consultoria IDC. Outro dado interessante: a percentagem daquelas que pretendem gastar até 25% dos seus orçamentos de TI em aplicações de SaaS subirá de 23%, em 2008, para 45%, em 2010. Essa expansão já começa também a ser verificada na Europa, Oriente Médio. Segundo este mesmo estudo da IDC no fim deste ano, 35% do faturamento do mercado mundial de software como serviço será proveniente de fora dos Estados Unidos.

 

No Brasil, o SaaS crescerá assim que as companhias brasileiras mudarem o processo de adoção de novas plataformas tecnológicas, tornando-o mais prático e dinâmico. E para isso não faltam atrativos: preço reduzido, curto prazo de entrega e implementação rápida da solução. Diante de tantas vantagens, só nos resta torcer para que a aceitação desta tecnologia não ocorra em passos lentos.

 

Gustavo Caetano é CEO da Samba Tech.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

A tecnologia do momento



Autor: Henry Trejgier

 

Não faz muito tempo que os bancos promovem o conceito do “banco em casa”, que permite a realização de transações bancárias fora das agências.  O crescimento da Internet permitiu, entretanto, a forte expansão deste conceito. Mas, agora ocorre uma outra revolução silenciosa na medida em que mais uma opção aparece no mundo das transações fora das agências: o mobile banking, que fornece acesso seguro e fácil a serviços bancários, a qualquer hora, em qualquer lugar, via celular.

 

Pesquisas recentes comprovam que esta tecnologia está em franca ascensão. Estudo do Juniper Research, por exemplo, revela que o número anual global de transações de mobile banking vai passar de US$ 2,7 milhões, em 2007, para expressivos US$ 37 milhões em 2011. É uma previsão que já está mexendo com o mercado e isso pode ser facilmente explicada.

 

Com o auto-atendimento pelo telefone celular, a chamada “terceira onda de automação bancária”, os usuários estão a pouquíssimos passos de realizar qualquer transação financeira, acessar as contas dos bancos e do cartão de crédito, transferir fundos, consultar o extrato, pagar contas e recarregar créditos de celular, entre tantas outras.

 

Essa oferta de serviços vai, nos próximos anos, aumentar e o acesso a ela se tornará, com certeza, mais seguro. Isso porque as empresas de tecnologia investem todo ano milhões de dólares em soluções de mobile banking para oferecer mais flexibilidade e praticidade móvel às operações bancárias, transformando o celular quase em uma agência.

 

É a tecnologia a nosso serviço, sinalizando um futuro ainda mais promissor para o mobile banking nos vários cantos do mundo. Mas, e para o Brasil? O potencial aqui é muito grande e o auto-atendimento via celular vai seguir o mesmo caminho da telefonia móvel, popularizando-se até mesmo nas classes C e D. É aguardar para ver!

 

Henry Trejgier é diretor de marketing para o segmento de telecom da Gemalto para a América Latina.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima