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Acessibilidade leva à lucratividade

Executivos de EY, Hand Talk, Pessoalize e Sondery debatem o estágio atual dos processos inclusivos de pessoas com deficiência

A Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência completou 33 anos no último mês de julho e, graças a ela, mais de meio milhão de postos de trabalho foram preenchidos. Entretanto, muitas marcas ainda não perceberam o potencial que representa, em ganho de imagem e aumento de rentabilidade, olhar para as 18 milhões de pessoas com deficiência existentes no Brasil. Debatendo os passos que ainda precisam ser dados para ampliar a acessibilidade nas relações de consumo, Maithê Paris, líder em diversidade, equidade e inclusão no Brasil e responsabilidade corporativa da EY para América Latina, Ana Clara Schneider, fundadora e diretora executiva da Sondery, Ronaldo Tenório, CEO e cofundador da Hand Talk, e Joseph Lee Kulmann, CEO da Pessoalize, participaram, hoje (15), da 968ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.

Contando com intérpretes de Libras da Pessoalize, o debate teve início com Ana Clara traçando um panorama da situação da acessibilidade no Brasil, destacando que existem no País cerca de 18 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, com  potencial muito maior de consumidores que podem ser influenciados a aderirem a uma marca por perceber nela essa preocupação. “É urgente melhorar a experiência de consumo para pessoas com deficiência, que, mesmo sendo diferente da oferecida às pessoas sem deficiência, devem ter a mesma qualidade e o mesmo valor de entrega. As marcas não devem pensar nisso como investimento e não custo, pois faz parte da estratégia de mercado.”

Ela foi acompanhada por Maithê, que lembrou não ser estático esse número de pessoas com deficiência, pois ele é formado por portadores congênitos e os acidentados, podendo aumentar em consequência não só dos acidentes, mas por fruto de violência, sequelas de doenças, entre outros motivos. “Felizmente, o Brasil se diferencia de muitos países por possuir uma lei de cotas para inclusão dessas pessoas nas empresas. Essa lei já completou 33 anos e mais de meio milhão de empregos foram viabilizados graças a ela. A boa notícia é que podemos dobrar esse número, já que existem mais de 500 mil de postos a serem ocupados. Isso é uma grande oportunidade para as marcas aumentarem a representatividade de PcDs em seu quadro de colaboradores.”, pontuou a executiva, que ainda acrescentou de que forma a acessibilidade gera aumento de rentabilidade para os negócios.

Na sequência, respondendo a uma indagação trazida pela audiência – se, em termos de acessibilidade digital, as marcas se preocupam mais com os funcionários ou com os consumidores – Ronaldo afirmou que uma coisa leva a outra. “Processos seletivos mais inclusivos fazem com que a empresa traga mais pessoas com deficiência e, em decorrência disso, as marcas passam a entender mais seus consumidores, que também são diversos.” Ele aconselhou as organizações a criarem paulatinamente produtos que favoreçam a acessibilidade, percebendo como, em cada produto ou serviço criado, ela pode ser mais acessível para essas pessoas. Ele lembrou que apenas 3% dos sites passam nos testes de acessibilidade, o que significa que estão desperdiçando esse potencial de 18 milhões de PcDs, mais as pessoas em seu entorno, enquanto muitas vezes estão lutando por nichos bem menores.

Oportunidade de mercado que foi aproveitada por Joseph ao criar a Pessoalize, trazendo, logo de início, três pessoas surdas e dois intérpretes de Libras para o time da empresa, permitindo saber onde estava exatamente o problema. Hoje, todos na empresa dominam a linguagem em Libras, tendo 40 funcionários surdos trabalhando com desenvoltura na organização. Ele ainda chamou a atenção para o dado de uma pesquisa em que 74% das empresas só contratam pessoas com deficiências leves, o que resolve o problema apenas em parte. “Estamos evangelizando os gestores nas empresas para mostrar que vale a pena investimento e aplicação de trabalho para propiciar o melhor atendimento para essas pessoas. Aos poucos vamos ganhando terreno.” O debate seguiu analisando todos os aspectos positivos e desafiadores no processo de inclusão, discutindo como as empresas podem ser inclusivas nos programas seletivos, entre muitos outros assuntos.

O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 967  lives realizadas desde março de 2020, em um acervo que já passa de 3 mil vídeos sobre cultura cliente. Aproveite para também se inscrever. A Série Lives – Entrevista ClienteSA retornará na segunda-feira (19), trazendo Pietro Capuzzi, country manager da Vinícola Concha Y Toro no Brasil, que falará da personalização da experiência de compra de vinhos com IA; na terça, será a vez de Luciana Iodice, CMO da Privalia; na quarta, Miguel Alves Ribeiro, co-fundador e CEO da sheerME; na quinta, Michel Cury, diretor executivo da Rocket Lawyer Latam; e, encerrando a semana, o Sextou debaterá o tema “CRM: Qual o tamanho da transformação do mercado?”, reunindo Matheus Pagani, CEO da Ploomes, Zahra Jivá, diretora de estratégia global de vendas da Pipedrive, Roberto Prado, VP de engenharia de soluções da Salesforce para AL, e Camilo Clavijo, VP de vendas da HubSpot para América Latina e Brasil.

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