O cenário na América Latina sob a perspectiva dos últimos dados divulgados pelo Estudo Indicador da Sociedade da Informação (ISI), no que diz respeito aos avanços nos campos das Tecnologias da Informação e das Comunicações (TIC), nunca esteve mais positivo do que atualmente. E, para reforçar esse momento importante, o último estudo realizado pela everis, consultoria multinacional de negócios, tecnologia e outsourcing, em parceria com o IESE Business School, amplia sua gama de países analisados. “A partir desta edição, visando posicionar a América Latina no campo das novas tecnologias em um contexto mais amplo, o ISI passa a avaliar também a estimativa para os EUA e sete países da União Europeia. A nova perspectiva facilitará a quantificação da América Latina no que diz respeito à superação do recuo ocasionado pela crise de 2009, que com isso diminuiu a brecha que a separa dos países avançados”, explica Teodoro Lopes, presidente da everis no Brasil.
De acordo com dados referentes aos meses de abril, maio e junho de 2011 do estudo, a América Latina mantém crescimento no campo das novas tecnologias, totalizando 4,43 pontos. “É importante destacar que os resultados do estudo descrevem fielmente o cenário atual do crescimento global, uma vez que, na América Latina, o ISI apontou um novo recorde com um crescimento interanual de 2,6% e todos os países avaliados na América Latina aumentaram suas pontuações”, afirma Lopes. “Além disso, a União Europeia retrocedeu em 0,5%, com exceção apenas da Alemanha, que aumentou sua pontuação em 2,3%, e os Estados Unidos também sofreram uma diminuição interanual de 0,1%”, completa.
Entre os destaques dessa edição também está o aumento da pontuação dos indicadores para que a América Latina atingisse o mesmo patamar que a União Europeia e os Estados Unidos, dois grupos que determinam o nível ideal dos indicadores pela posição em desenvolvimento global. No caso da primeira seria necessário um crescimento de 61%, porém 5% a menos que em 2010. Na mesma comparação com os Estados Unidos, o aumento necessário do ISI da América Latina para poder igualá-lo no mesmo patamar foi reduzido de 91% (no começo de 2010) para 86% (2011). As diferenças são as menores registradas para a América Latina nos dez anos da série histórica do ISI. Entre as economias que despontaram está a do Chile que está prestes a se tornar o primeiro país latino-americano a ter um ISI maior do que um país europeu.
Já o Brasil manteve o 5º posto entre os países latino-americanos, com um ISI de 4,36 pontos. Com um aumento interanual de 2,5%, pela primeira vez, em três anos, subiu menos do que a média da região. Essa redução se deve a influência negativa dos aspectos econômico, social, institucional e de infraestrutura do país, que passaram a crescer a um ritmo interanual de 0,7%, o menor aumento do último ano e meio. Esse enfraquecimento deve-se, principalmente, a diminuição do ritmo de crescimento médio do PIB, indo para 3% e o aumento da inflação de preços ao consumidor passando de 4,9% para 6,1%, a segunda inflação mais alta depois da Argentina.
Por outro lado, o Brasil foi o único país que aumentou a pontuação das nove variáveis Tecnologias da Informação e das Comunicações (TIC) – usuários de internet, usuários de banda larga, telefones móveis por habitantes, computadores, servidores seguros, importações de bens, vendas de varejo online, domínios de internet e usuários de redes sociais para – que compõem o indicador do estudo. As TICs dobraram o crescimento em relação ao mesmo período anterior, passando de 4,9% anuais para 9,9%, o maior crescimento nos últimos seis anos. Dentre as variáveis que compõem as TIC, 4 cresceram acima da média da região, destaque, na parte de equipamentos, para a importação de bens tecnológicos, que cresceram 37,9% em comparação com os 24,1% da América Latina, os servidores por milhão de habitantes que aumentaram para 32 unidades, confirmando-se como o 2º parque mais numeroso da região, atrás do Chile.
Entre os serviços de tecnologia destacou-se o número de usuários das redes sociais, cujo o número multiplicou por quatro nos últimos dozes meses, passando de 11 usuários para cada mil habitantes no primeiro trimestre do ano passado para os atuais 44, levando o país a encabeçar o crescimento regional nesse segmento, triplicando o aumento obtido pela América Latina. Ao mesmo tempo, destaca-se o crescimento dos domínios registrados de internet, que alcançou 24 domínios para cada mil habitantes.
Outra relação importante de destacar da pontuação brasileira é a diminuição de 5% em relação aos dados do primeiro trimestre do ano anterior para alcançar as pontuações dos indicadores dos Estados Unidos e da Europa. Se na mesma época em 2010 o indicador do Brasil precisava de um aumento de 69% para se equiparar ao ISI da União Europeia, agora seria suficiente apenas um crescimento de 64%. Já para se igualar ao ISI norte-americano, a diferença foi reduzida de 94% para 89%. “Esses números só confirmam o Brasil como um dos países em maior desenvolvimento do mundo. Estamos chegando perto dos grandes, por isso é tão importante estudos como o ISI que permitem a visualização de um quadro comparativo global.”