Com o cliente cada vez mais no comando das relações de consumo, o mercado como um todo está sendo obrigado a criar novas estratégias e inovar na experiência para acompanhar as mudanças de comportamento. Porém, se por um lado a evolução tecnológica trouxe esse grande desafio, por outro ela abriu novas oportunidades para as empresas. Com o mundo digital, ficou mais fácil de conhecer as preferências e as necessidades dos consumidores a partir da avalanche de informações que são produzidas todos os dias. É nesse cenário que os dados ganharam valor, ao permitir conhecer toda a jornada de consumo, sem precisar mais do achismo. “As companhias não podem mais focar seu planejamento e gestão em suposições. São os dados, concretos e bem analisados, que serão de grande valia para a validação do modelo de negócio e para indicar para onde devem ser direcionadas as estratégias para que a satisfação, o engajamento e a fidelização do público-alvo sejam alcançados”, alerta Fabrício Macias, CEO da Macfor.
Na visão de Vitor Fernandes, especialista de negócios e inovação da iSEED, está cada vez mais comum utilizar dados para entender o comportamento das pessoas, pois coletar esses dados também está cada vez mais fácil. “As pessoas postam o que estão fazendo, basta observar.” Ele comenta que, por mais que nem sempre esteja claro, todas as pessoas têm hábitos específicos que permitem identificar suas preferências de maneira única. Por isso, a coleta de dados juntamente com uma análise permite a descoberta desses hábitos possibilitando novas ações de fortalecimento ou alteração dos mesmos. “O poder dos dados parece inquestionável para as empresas. A revolução que vem acontecendo digitalmente, graças às novas tecnologias como cloud, machine learning, Inteligência Artificial (IA) ou Internet das Coisas (IoT), pode transformar essas informações no bem mais precioso para organizações de vários setores da economia”, completa Marco Santos é managing director da GFT para a América Latina.
Tanto que muitas empresas, segundo o executivo, já perceberam que devem colocar as informações no centro da estratégia, caso queiram continuar relevantes e cruciais para os clientes, “ainda mais no momento atual, em que existem novos atores que ameaçam acabar com a hegemonia do mercado e das grandes corporações”. Para ele, o binômio tecnologia e dados desempenha um papel vital na transformação de muitos setores. “As empresas estão convencidas de que adotá-las não é apenas um requisito essencial para o futuro de seus negócios, mas também uma oportunidade única de oferecer uma experiência melhor a seus clientes”, pontua.
Assim, o country manager da Stibo Systems, Ricardo Fornari, reforça que os dados, hoje, são moedas digitais que valem o entendimento dos consumidores, a descoberta dos gostos e demandas do mercado e a oportunidade para maximizar o retorno dos negócios. “A maneira de fazer isso tudo é coletar dados de alta qualidade e garantir que eles sejam atualizados, conectados e apresentados da maneira certa dentro e fora de suas operações.” O executivo explica que à medida que o uso de dados cresça, as informações se tornarão a grande base da perspectiva que os consumidores têm das marcas. “Afinal, os consumidores estão cada vez mais exigentes sobre as marcas e produtos que consomem, assim como sobre as ofertas que recebem. Sem tecnologia, esse atendimento e personalização são realmente impossíveis de serem aplicados, ainda mais em segmentos de escala, com milhares de clientes consumindo a cada minuto.”
Porém, ao mesmo tempo em que os dados são essenciais, são também um gargalo e um desafio para as marcas, ressalta Felipe Ramirez é Chief Solutions Officer Latam da Kantar. “Como vivemos na 4ª Revolução Industrial, está ficando muito mais fácil, rápido e barato fazer a coleta e análise desses dados. Mas tudo isso só beneficia uma empresa quando ela é capaz de responder perguntas e necessidades do seu negócio de forma concreta. Você deve definir um objetivo claro em relação aos dados que precisa e para que fim. Logo é necessário deixar claro que só vale à pena coletar e usar aqueles dados que serão realmente úteis para o crescimento da sua empresa.” Com isso, os que não entenderem esse novo panorama e não procurarem ajuda serão, segundo o executivo, meros navios vagando sem rumo em um oceano vasto e turbulento. “Só as informações bem coletadas e interpretadas ajudarão a chegar no destino final”, completa.
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