Com a chegada da realidade mobile, tudo pôde ser feito e, principalmente, customizado na palma da mão, em poucos cliques. Não demorou muito para que as pessoas se habituassem a esse cenário e, hoje, não só estão acostumadas, como já desejam que empresas ofereçam produtos, serviços e atendimentos dentro dessa nova estrutura mais ágil, dinâmica, cômoda e adaptável. Essa situação é uma das razões que beneficiou o surgimento das fintechs. “Seguindo nesse sentido, nessa linha customizável e de personalização dos serviços é onde essas startups estão entrando. Oferecendo algo diferente”, comenta Mauricio Valim, CEO do KiiK.
O executivo comenta que outro diferencial sentido pelos clientes é o atendimento que essas empresas oferecem. Hoje, as pessoas fazem parte de uma grande base de clientes dos bancos, que possuem uma estrutura complexa e tradicional. Dessa forma, serviços e contatos que sejam específicos para cada perfil de usuário é uma tarefa difícil de ser trabalhada. Por outro lado, o público já não deseja mais esse tipo de relação. “A pessoa não quer ir mais à agência e ter que falar com o gerente. Hoje, é extremamente viável ter um controle daquilo que se quer fazer, como quer fazer e quando fazer”, avalia. Tanto que a forma como são atendidos pelos bancos ainda é motivos de grandes críticas por parte dos clientes, pois eles ainda necessitam se adequar à realidade da instituição. Quando, na verdade, eles desejam que ela se adapte a ele. Uma realidade que existe com as fintechs.
Tanto que Valim crê que, no futuro, a tendência é aumentar uma migração dos bancos para uma estrutura mais próxima das startups financeiras. A fim de justamente manterem sua base fiel e satisfeita. “No futuro, os clientes vão ter maior controle das ações, de acordo com as necessidades que eles têm. As fintechs, pelo fato de serem empresas menores e com estruturas enxutas, farão o futuro ser voltado para simplicidade, da forma como se contrata o serviço, se adquire o produto, com uma redução grande de burocracia”, acredita. Além disso, esses negócios também vão ajudar o mercado a se voltar mais ao atendimento, um pilar que o executivo vê ainda como carente no País. “E a tecnologia permite que você não só tenha um atendimento de qualidade, mas ágil e personalizável”.
Mas, quem seria esse público que atualmente já adere às fintechs? Ele explica que há dois perfis, um é aquele mais considerado quando se trata de startups, que é conectado, antenado às novidades e têm desejo por investir em novas experiências. Outro é aquele que possui dificuldades de acessar serviços e produtos financeiros. “A gente tem ainda um público relativamente grande de pessoas não bancarizadas no Brasil e as fintechs têm uma capacidade grande de ajudar nesse sentido”, aponta. No caso do KiiK, o público é aquele que deseja a facilidade e segurança do pagamento por celular, sem necessidade de usar o cartão e transformar smartphone em uma carteira.
Aliás, para sua conquista de base, Valim conta que, no primeiro momento, o trabalho foi de convencimento sobre as facilidades do produto e as vantagens para o dia a dia dele. Bem como conversar com as empresas para credenciarem a inovação. “Mas, para fidelizar, a gente precisa fazer com que nossa estrutura os ouça. E acho que aí volta na parte do atendimento, a gente saber que vamos errar em algum momento, eles entenderem isso e contribuírem para nosso desenvolvimento, para que possamos achar aquilo traz valor a ele”, finaliza.