Área de saúde na velocidade da informação

Autor: Ricardo Costa

A informação digital está mudando drasticamente o modo como interagimos pessoalmente e conduzimos os negócios. Estamos sempre conectados a mais de um dispositivo. Além disso, podemos rapidamente acessar dados ao redor do mundo. Quando se trata da área de saúde, somos tanto pacientes quanto consumidores de informações. E há muito a ser consumido. Conforme os dados referentes à área da saúde continuam a crescer 48% ao ano. As organizações também são desafiadas pelas novas expectativas dos pacientes que vivem nesse mundo sempre pronto e imediato.

Em uma pesquisa recente da Vanson Bourne, sobre 236 líderes globais na área de saúde, 89% dos responsáveis pelos cuidados com saúde dizem que a tecnologia já mudou as expectativas dos pacientes. Segundo o estudo, os pacientes querem acesso mais rápido aos serviços, experiências personalizadas, conectividade e acesso 24 horas por dia, sete dias por semana e acesso em vários dispositivos. Tudo isso significa que desejamos o atendimento à saúde na velocidade do agora, de modo imediato, acesso total e tratamento de qualidade, em qualquer lugar, a qualquer hora.

Para atender às necessidades da geração das informações e manter o ritmo com essa mentalidade digital, os líderes na área de saúde concordam que é preciso oferecer cinco prioridades de negócios para ficarem à frente da competição: Identificar antecipadamente novas oportunidades; Demonstrar transparência e confiança; Inovar de maneira ágil; Proporcionar experiências únicas e personalizadas; Operar em tempo real.

Imagine a função essencial dessas prioridades em um ambiente da área de saúde para iniciativas, como gerenciamento de saúde da população, tratamentos com base em valor, pesquisa clínica, telemedicina, genômica e atendimento domiciliar. Mesmo assim, hoje, muitas organizações da área estão apenas começando a lidar bem com essas prioridades de negócios ou aplicá-las em toda a empresa. Líderes também identificaram as principais tendências em tecnologia que impactarão a oferta de serviços desse setor no futuro, incluindo: Lógica analítica de big data; Automatização; Segurança cibernética; Comunidades inteligentes; Nuvem híbrida.

Para ajudar a adotar essa mentalidade digital em toda a empresa, trabalhamos lado a lado com organizações na área de saúde, no mundo todo, com o objetivo de simplificar suas infraestruturas de TI de saúde, reduzir custos e inovar mais rapidamente. Para levar adiante as iniciativas de tratamentos com base em valor, também ajudamos os responsáveis pela área da saúde a aproveitarem a lógica analítica preditiva em casos de uso clínico, financeiro e operacional, juntamente com a melhora da segurança e de disponibilização das informações dos pacientes.

Essas soluções ajudam a acelerar a colaboração no tratamento contínuo e a capacitar hospitais e sistemas de saúde para transformar a TI nessa área, gerando melhorias reais no bom desempenho operacional, resultados clínicos, conformidade regulamentar e envolvimento do paciente. Como exemplo, a eHealth Saskatchewan implementou soluções na nuvem híbrida da empresa e computação de usuário final e já pode ver o impacto de seus investimentos em tecnologia.

No Brasil, o mercado de saúde tem características diferentes de outros países. Como nos Estados Unidos, cuja fatia da população que depende exclusivamente de serviços públicos é em torno de 20%. No Brasil, entre 70% e 80% das pessoas dependem exclusivamente do SUS. Nos EUA, cerca de 10% da população não tem nenhum seguro de saúde (nem mesmo público). Já no Brasil, mesmo quem tem plano privado é protegido pelo SUS, o que o torna o maior banco centralizado de registros de pacientes no mundo.

Comparando os mesmos países, o mercado privado de saúde nos EUA é atendido por cerca de 450 provedores. No Brasil, esse número salta para mais de 1300 e isso é um desafio em particular devido à fragmentação. Essa fragmentação também se reflete na TI. É comum encontrarmos hospitais com vários sistemas, de vários fabricantes e que não se comunicam. Há uma enorme dificuldade nos hospitais em consolidar dados de diferentes padrões, formatos e estruturas, desde bancos de dados tradicionais à imagens, para que possam tirar mais inteligência de seus dados tanto para a gestão da população, da operação do hospital e para avanços em pesquisas. Esses são pontos cruciais para os principais objetivos de todos os hospitais do século XXI: reduzir custos, atuar na prevenção e aderir ao modelo de remuneração baseado em valor.

No caso do Brasil, ainda precisamos levar em conta os impactos causados pela crise econômica que enxugou orçamentos públicos e privados na área. O impacto do câmbio (R$ e US$) foi um dos maiores, dado o fato que a enorme maioria das tecnologias dessa indústria é importada. No entanto, mesmo frente às adversidades, os provedores de saúde no Brasil não podem parar, pois o efeito da inação será ainda pior. A chave está em investir corretamente ao invés de simplesmente economizar.

Ricardo Costa é gerente de desenvolvimento de negócios em saúde da EMC Corporation

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