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Nem queda, nem crescimento

Um dos mais afetados pela crise, o setor automobilístico depende de crédito para manter-se. No entanto, esse tem se ficado cada vez mais restrito. O gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges, aponta que houve a diminuição no volume de crédito concedido para o financiamento de veículos nos últimos anos. “Estávamos com cerca de 8 bilhões em financiamentos automobilísticos no final de 2014 e agora estamos rondando a casa dos 6 bilhões, fechamos dezembro de 2015 com 7, o que é pouco”, pontua. Apesar da sequência de quedas, Borges acredita em estabilidade para 2016, mas lá em baixo. Segundo ele, como os números já caíram muito, a expectativa é de que continuem no baixo patamar em que se encontram agora.

Na avaliação do executivo, os fatores culpados pelas quedas constantes no financiamento de veículos estão todos ligados ao cenário de incertezas políticas e econômicas vivido pelo Brasil, que leva bancos a serem mais seletivos e consumidores a planejar melhor os gastos futuros. “Temos um cenário econômico de taxas de juros mais altas, ou seja, o crédito está mais caro. A incerteza baixa a expectativa dos consumidores e o consumidor quando está com baixas expectativas ele corta duas coisas: supérfluos e bens de consumo duráveis. Isso inclui carro, geladeira, fogão, então se a pessoa pode adiar esse tipo de compra, vai adiar”, analisa Borges.

O economista comenta que a restrição encontrada agora é consequência de alguns anos de crédito muito abundante. “Os bancos emprestaram muito dinheiro para esse tipo de crédito ao longo dos últimos 10, 20 anos, contando muito com o próprio automóvel como garantia, sem levar tanto em conta o perfil de crédito de quem estava contraindo a dívida e acontece que, com o arrefecimento do mercado, essas garantias passaram a valer menos e os bancos perceberam que o custo de execução dessas garantias estava elevado e não estava valendo a pena correr o risco.” Ele explica que estamos vendo os bancos diminuírem as carteiras de crédito automobilístico, isso vem acontecendo ao longo dos últimos dois anos de maneira mais intensa.

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