A Robert Half, empresa de recrutamento especializado, finalizou o Workplace Survey, estudo realizado com mais de cinco mil executivos de 20 países no primeiro trimestre de 2009. As preocupações dos gestores de todo o mundo com a economia, os planos de contratação e o impacto do trabalho sobre a qualidade de vida do profissional de hoje são alguns dos destaques do estudo, que traça um panorama das realidades de diferentes países.
Para o diretor da operação São Paulo da Robert Half, Fernando Mantovani, o objetivo do estudo é revelar o que os gestores planejam e como agem sob a influência dos acontecimentos do mercado. “Dessa forma, clientes e candidatos são beneficiados. Conseguimos traçar estratégias específicas para cada país dentro do comportamento e da cultura local”, afirma.
O Workplace Survey destaca que os executivos brasileiros são os que menos devem cortar bônus – apenas 12% levantaram essa possibilidade no país, enquanto a média mundial é de 29%. A demissão é uma opção de 27% dos executivos locais, enquanto o congelamento de contratações é a medida mais popular para 41% dos entrevistados.
A baixa qualificação de profissionais continua a ser um problema para as empresas. Na média mundial, 41% dos executivos revelam que mais da metade dos currículos recebidos são de profissionais com qualificação abaixo da esperada. No Brasil, este índice é de 45%. Por conta da situação atual da economia, os candidatos têm perguntado mais sobre a situação financeira da empresa no momento da entrevista. No Brasil, 44% dos executivos brasileiros disseram que os candidatos estão mais atentos à estabilidade financeira da empresa do que no passado.
O Brasil é líder de intenção em contratar – 25% dos executivos têm planos de contratar profissionais de finanças e contabilidade nos próximos seis meses, enquanto a média mundial é de 11%. Os principais motivos para aumento de quadro nas empresas locais são o crescimento do negócio (47%) e o aumento da carga de trabalho (25%).
Os brasileiros priorizam a carreira sobre a família. Dentre os executivos entrevistados, 47% disseram que colocam a vida profissional em primeiro lugar. A família está na segunda posição, com 30%. Outro ponto destacado pelo Workplace Survey é o stress – no Brasil, 56% acham que os profissionais de sua empresa sofrerão mais com o problema. Os principais motivos para o aumento no stress são a preocupação com a economia (60%) e o excesso de trabalho causado por uma equipe enxuta (57%). Dentro das empresas, os efeitos do stress mais observados pelos executivos são desmotivação (52%) e queda na qualidade do trabalho (37%).