Ascensão da classe C

A classe média, que atualmente ocupa 34.4% da população da América Latina, está crescendo rapidamente e é esperado que se tornando o maior grupo em 2016. A pobreza na América Latina se manteve estável, o que permitiu que a classe média continuasse prosperando. A Kantar Worldpanel mostra as principais tendências dos consumidores da América Latina em seu estudo Consumer Watch 2014: Rising Latinos, no qual a ascensão de classes e seu impacto no consumo foram analisados.
 
A perspectiva de uma melhoria é mais perceptível nos lares latinos, 45% acredita que a situação econômica do seu agregado familiar é melhor do que há 5 anos, sendo que os níveis médios-baixos (48%) e baixos (47%) os mais otimistas. Por outro lado, somente 26% dos latinos acreditam que houve melhorias em sua situação de vida quando comparada há 5 anos atrás, no entanto países como Chile (49%) e Equador (40%) se mantiveram otimistas.
 
Os benefícios sociais da região têm aumentado, sendo que 22% dos latinos recebem ajuda social atualmente vs 19% que recebiam 5 anos atrás, sendo que os níveis baixos são os principais beneficiados. A Bolívia é o país que mais recebe ajuda social com 58% e a América Central é quem teve maior aumento nestes benefícios (28% vs 15%). Os setores que mais obtiveram aumento foram principalmente pobreza e educação. Todos os níveis destinam esta ajuda a produtos básicos como alimentos (14%) e roupas (7%).
 
A pesquisa apontou uma maior porcentagem de latinos que está comprando produtos de melhor qualidade no mercado (42%), sendo que os níveis altos foram os que mais notaram esta melhora. Dos níveis médios, 44% deles perceberam que a renda familiar está maior do que antes, isto é ainda mais evidente em países como o Brasil (55%) e Peru (53%). Enquanto isso, os níveis mais baixos também encontraram melhorias para equilibrar prazeres e obrigações (45%). As novas aquisições ou melhorias feitas em aparelhos tecnológicos comprovam que houve melhoria na qualidade de vida. Por exemplo, 32% dos latinos comprou uma televisão colorida (plasma, LCD ou LED) e 33% comprou uma geladeira de melhor qualidade do que a que tinham antes.
 
O estudo levantou também os desejos de consumo, que variaram de acordo com o nível. Por exemplo, os mais altos estão concentrados em bens e viagens, já que 31% gostariam de poder viajar mais dentro de seu país, enquanto que 30% gostariam de reformar a casa. Por outro lado, o nível médio-alto concentra-se em comida e bens. Os níveis mais baixos, além de se concentrar em ter o alimento para o lar, têm sonhos empreendedores para abrir um negócio como bolivianos, colombianos, equatorianos, mexicanos e peruanos.
 
“Nos últimos cinco anos vimos que o aumento na cesta consumida pelos lares varia muito em cada país da região. Brasil, América Central, Peru e Bolívia notaram um aumento nas categorias consumidas. Colômbia, Equador, México e Chile estão mais estáveis, enquanto que na Argentina e Venezuela cai o número de categorias consumidas. Estamos passando por um panorama difícil na região, no entanto os latinos se mantêm positivos a respeito do futuro do seu lar já que 56% acredita que estarão em melhores condições de vida daqui 5 anos. A situação nos países é menos otimista, mas países como Chile, Brasil, Peru e Bolívia se mantêm tão positivos quanto os níveis baixos”, comenta Mara Schuvaks, diretora de contas Latam da Kantar Worldpanel.
O Brasil se destaca no cenário regional sendo o único país onde uma categoria considerada supérflua (classificação por pontos de penetração) entrou para o Top 5+. Isso mostra que o consumidor brasileiro, mesmo buscando um equilíbrio do seu orçamento e sendo mais consciente, não abre mão das suas conquistas. Com o aumento na renda, o consumidor brasileiro cada vez mais opta por produtos de melhor qualidade no mercado e investe muito em produtos de limpeza para o lar.

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