Autora: Fernanda Snel
Antes era ficção científica ou imaginação, passando por algo pouco prático ou inexato até chegar a uma interação quase natural. Os assistentes digitais acionados por voz passaram por essa evolução e de forma muito rápida.
O cinema e a televisão, claro, foram visionários. Já em 1968, o longa de Stanley Kubrick, 2001: Uma Odisséia no Espaço, deu voz ao HAL, que além das funções mais comuns de um assistente, é capaz de ler lábios, apreciar arte, interpretar emoções e até jogar xadrez. Hoje, filmes e séries de televisão já brincam com o tema. Em The Good Place, a carismática Janet é uma assistente pessoal que surge do nada quando alguém pronuncia seu nome.
Voltando ao nosso mundo (que já é real e virtual), existem diferentes formatos de assistentes digitais, sejam aplicativos, soluções integradas aos smartphones ou até mesmo smart hubs. O objetivo desses assistentes é tornar a vida das pessoas cada vez mais prática por meio da automatização e gerenciamento de suas rotinas. Nos próximos anos, a maior parte dos consumidores usará esta tecnologia no seu dia-a-dia, e isto transformará a maneira como a informação é acessada e canalizada.
Nos Estados Unidos, 35,6 milhões de americanos já usam algum Assistente Digital e é a Alexa, do Amazon Echo, que lidera o mercado com 70% de Market Share, conforme pesquisa do eMarketer. Lançado no final de 2016, o Google Home possui quase 25% de share. Em janeiro deste ano, o HomePod da Apple também possibilitou ter a Siri na sala de estar. E a Microsoft já anunciou a chegada da Cortana em seu smart hub, o Invoke, ainda sem previsão de lançamento.
E não é difícil ver um assistente digital fazendo parte da rotina, mesmo que em tarefas simples como pedir para adicionar eventos na agenda, definir timer ou despertador, traduzir frases para outros idiomas, solicitar um Uber, pedir uma playlist e até informar que música está tocando. Além disso, com um Google Home e um Chromecast, já é possível ligar a TV do quarto ou da sala pra dar play em uma série do Netflix ou vídeo do YouTube.
Parece básico, porém mágico. E quanto mais elementos inteligentes uma casa tiver, melhor. Imagine poder usar a voz para controlar as luzes, o termostato e a campainha da porta de entrada. Tudo isso já é possível. Não é mais coisa do futuro, nem de cinema. E é assim que a IoT (Internet of Things) começa a tomar forma.
Algumas empresas já perceberam esse movimento, e começaram a desenvolver assistentes para conversar com o seu público. Marcas como Samsung e Telefônica lançaram assistentes de voz próprios. O Carrefour apresentou, em sua sede na França, uma assistente de voz online – como novo passo para sua estratégia de transformação digital. Já a Skol Beats, como parte de uma campanha, criou um assistente pessoal voltado para baladas, onde o usuário, por meio de comandos de voz, cumpre tarefas como chamar os amigos para um encontro, ou selecionar uma playlists, por exemplo. Diante deste cenário, cada vez mais as marcas vêm se movimentando para atender o público que encontra nas assistentes digitais uma nova forma de se comunicar.
O estudo Future Focus 2018, mostra exemplos de como assistentes digitais, inteligência artificial e machine learning vão transformar a comunicação das marcas. As máquinas e a tecnologia estão facilitando cada vez mais as experiências do consumidor, proporcionando maior eficiência e extinguindo possíveis barreiras entre marca e usuário.
Como profissionais de marketing, precisamos desde já planejar esta nova forma de comunicar. Ainda não é possível fazer publicidade para os assistentes digitais, nem obter dados de uso. Mesmo assim, o conteúdo relevante e direcionado de que muito se fala e pouco se faz pode ser a resposta para as marcas conquistarem espaço neste futuro nem tão, tão distante.
Fernanda Snel é supervisora de Content & SEO da iProspect.