Big Data: indicador de um grande negócio

Autor: Eduardo Pugliesi
            
No passado, a tecnologia era um limitador para a concretização de determinados projetos. Atualmente, com o advento de grandes processamentos, bancos de memória e mobilidade, é possível obter percepções que se transformam em indicadores em tempo real de grande valor ao negócio. A análise de uma iniciativa, ou seja, se ela foi próspera ou não, antes era medida pelas empresas através do volume de vendas, o que demandava tempo para chegar a esta conclusão e mais tempo ainda para tomar uma ação de reversão do processo. Hoje, o acesso a esta percepção é muito mais rápido com o advento dessas tecnologias. Temos atualmente uma malha de comunicação disponível na rede onde transitam vontades, desejos, valores e entendimentos. São indicadores muito ricos do ponto de vista da acuracidade sobre qualquer evento lançado no mercado. A troca de informações é constante e compartilhada a todo o momento. E este envolvimento entre as pessoas e os acontecimentos vai além do acesso à informação: o usuário de uma rede social se vê obrigado a desenvolver uma visão e uma opinião sobre assuntos que antes fazia parte de um universo míope. 
As pessoas se tornaram mais partidárias, distribuindo e compartilhando cada vez mais informações. Como resultado deste volume gigante de dados sendo trafegado na rede está a capacidade, cada vez maior, de compreender melhor o posicionamento dos movimentos que ocorrem no dia a dia. Consequentemente, o sucesso ou insucesso de uma ação passa a ser medida pelo barulho causado pelos consumidores na rede, que é medido, mapeado e informado no momento em que o fato ocorreu. Então, se é possível tomar uma decisão mais rápida e assertiva utilizando os indicadores encontrados nas redes sociais, logo, o modelo de gestão das empresas deve amadurecer e incluir o uso dessa malha de dados nos seus processos. Aqui, a percepção de valor passa a ser um grande indicador de negócio. As empresas conectadas a esta tendência, que já virou realidade e não tem mais volta, podem tirar proveito de ações que antecipam as decisões de seus concorrentes. Os usuários da rede criam mentalidade no mercado. Isso significa que eles passam a ser os agentes que possibilitam às empresas traçarem novas estratégias, manterem a mesma ou, até mesmo, abortarem determinadas iniciativas já programadas, mas que foram detectadas como frentes polêmicas.
Ao captar essa massa de dados da rede, todas essas variáveis intangíveis são mapeadas e analisadas, dando condições de adotar ações assertivas. Na prática, a porta de entrada das informações acessadas na rede é a área operacional, ou seja, é ali que os assuntos e interesses são agrupados e tratados. Quem recebe esse volume de dados já organizados é o time tático e de gestão, que estará incumbido de agregar informações para levar essa análise para o topo da pirâmide, ou seja, para o nível estratégico. Daqui por diante, o Big Data se transforma numa ação para a geração de negócio.  E tudo isso é possível com o advento da tecnologia. Independente do conceito ou do nome que estamos usando, fato é que a tecnologia in memory veio para ficar e a inovação é a aplicabilidade disso ao negócio.
A Copa do Mundo é um exemplo real e atual. Imagine uma campanha criada com base na participação do Brasil na competição e sua suposta conquista. O plano seria perfeito se a qualidade alemã não tivesse interferido na rota do time brasileiro rumo ao hexa… Numa tarde de final do campeonato, a prerrogativa de conquista dá lugar a uma avassaladora derrota. Um fato atípico, não planejado, estatisticamente difícil de acontecer, acabou ocorrendo. O que fazer com sua campanha planejada para um mês? Qual a repercussão na sua marca associando a Copa a este fato? Nesta hora entra em ação o acesso ao sentimento das pessoas utilizando a malha de informações na rede, que serão analisadas e darão rapidamente as linhas iniciais de uma estratégia que deve ser tomada para uma ação imediata. A pergunta é: afetou o público, quanto, qual a percepção do seu cliente e isso influenciará na decisão de compra? Se você consegue obter respostas rápidas para tomar uma decisão, então mãos à obra. Porque esperar pode comprometer todo seu investimento e agir com rapidez, pegando carona no impacto detectado no momento, pode transformar sua campanha num sucesso que nem ao menos foi premeditado no seu plano de negócio inicial. 
Eduardo Pugliesi é diretor de inovação e de business intelligence da divisão enterprise applications da Sonda IT.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima