Autor: Ricardo Piovan
Nunca se falou tanto em apagão de talentos no Brasil como nos últimos anos. Este tem sido um efeito colateral negativo do crescimento econômico brasileiro. A falta de profissionais qualificados é a maior preocupação dos CEOS, revela a pesquisa Global CEO Sudy 2010, realizada pela IBM.
A pesquisa apontou que no Brasil, a falta de mão de obra especializada e competente é o maior problema de 71% dos presidentes de empresas entrevistados. Um percentual superior à média mundial que é de 58%. Ricardo Gomez, diretor da consultoria da IBM América Latina revela: “com o investimento das empresas aumentando, a competição pelos profissionais mais capacitados aumenta e há dificuldade para preencher vagas.
Segundo Gomez o déficit de profissionais não ocorre apenas no nível tecnológico sendo que a preocupação com as competências dos funcionários é apontada por 50% dos CEOs brasileiros como principal fator externo que irá impactar o crescimento das empresas nos próximos três anos.
Agora a boa notícia.
Para mim o profissional talentoso é aquele que possui habilidades técnicas e comportamentais excepcionais, isto é, totalmente fora da curva, destacando-se da maioria dos outros funcionários da empresa. O mais interessante é que estas habilidades podem ser natas ou adquiridas, isto é, qualquer pessoa pode desenvolver-se e entrar neste rol de pessoas tão requisitadas no mundo corporativo.
Veja a seguir uma pesquisa, apresentada pela revista VOCÊ SA, da consultoria McKinsey realizada com 140 presidentes, onde foram mapeadas as aptidões comportamentais que fazem a diferença para tornar-se um profissional talentoso:
Comunicação oral e escrita: 70% dos CEOs apontam que esta é a principal competência a ser desenvolvida
Automotivação: profissionais que tem um motivo pessoal para o trabalho são cinco vezes mais produtivos do que os que trabalham apenas pelo salário no final do mês.
Poder de análise /pensamento crítico: 81% dos CEOs entendem que esta será a habilidade mais requerida nos próximos 5 anos.
Conexão com o mundo: “profissionais que circulam em grupos diferentes desenvolvem um olhar inovador para antigos problemas”, diz Regina Camargo, diretora da Across.
Ser otimista: O pessimismo faz com que o cérebro crie apenas condições de desenvolvimento e pare de enxergar possibilidades reais para resolver situações adversas.
Disposição total: 98% dos CEOs contratariam ou promoveriam um profissional de alta energia no lugar de um com energia baixa.
Liderança em atividades coletivas: independentemente da sua posição, conseguir fazer com que a equipe se sinta motivada para cumprir um objetivo ou resolver uma situação problemática, é valorizado pela alta liderança.
Minha sugestão é que você faça uma autocrítica em relação aos pontos destacados acima e perceba o quanto você está conectado a estas habilidades dos profissionais de alta performance. Disponibilizo a você também um teste que ajudará você neste processo de avaliação.
Caso você não esteja no patamar dos profissionais talentosos, saiba que nunca é tarde para iniciar o desenvolvimento, pois através de muita leitura, palestras e treinamentos você conquista estas habilidades, pois como vimos o talento pode ser nato ou adquirido, dependendo apenas do esforço pessoal de cada um.
Ricardo Piovan é palestrante e consultor organizacional