Mesmo com os avanços do mercado digital, o nível de compra online ainda é baixo e o e-commerce brasileiro apresenta algumas barreiras para seu desenvolvimento. No Brasil, o nível de compra online varia entre 24% a 48%, enquanto, em outras nações como EUA, Europa e Rússia sobe para 49% a 59%. Conforme, aponta o relatório Connected Life, da TNS, cujo objetivo era de detectar como acontece a jornada de compra do consumidor no universo digital bem como suas preferências. O estudo foi realizado em 52 países, na qual foram entrevistadas 56 mil pessoas, sendo 963 apenas no Brasil.
Na prática, o consumidor brasileiro prefere as lojas físicas e considera aspectos como segurança, garantia de qualidade e autenticidade como barreiras para compras online. Em tecnologia, por exemplo, 76% de consumidores pesquisam antes de comprar. Boca a boca e verificação de preços na loja são os principais pontos de contato utilizados tanto antes quanto depois da compra. Deste total, 18% compram online.
Na categoria cuidados pessoais, 52% fizeram pesquisa antes de comprar. Boca a boca e ponto de venda foram as fontes utilizadas para a tomada de decisão. Já em serviços financeiros, 72% pesquisam antes de decidir e 15% compram online, mas a busca é essencialmente offline. Ir à agência ou falar com amigos e família antes de decidir é o comportamento mais frequente.
O estudo também comprovou que os brasileiros preferem ir ao supermercado a escolher produtos online: apenas 5% afirmaram utilizar os dispositivos móveis para ir às compras e o volume não é maior online porque preferem receber os produtos na hora. A categoria higiene pessoal é a mais desafiadora: apenas 2% pesquisam antes de comprar seja online e off-line e o ponto de contato mais importante apontado pelos pesquisados é o boca a boca, propaganda ou preço.
Em relação ao showrooming, pesquisa online de preços e produtos no ponto de venda, 26% dos entrevistados globalmente afirmaram fazer esta avaliação enquanto a média brasileira é 22%. Quanto ao uso do celular como meio de pagamento para produtos ou serviços, a média global é 20% e no Brasil o cai para 11%.
Na análise de Juliana Honda, diretora de customer experience e responsável pela análise dos dados da TNS, apesar de o País ser um mercado digitalmente envolvido, a jornada de compra é predominante no meio off-line. No entanto, o meio digital exerce uma influência crescente na decisão de compra e é um ponto de contato de contato altamente relevante em várias categorias de produtos e serviços. “Para desenvolver o e-commerce no País é necessário ajustar a estratégia de negócio e a logística a aspectos comportamentais do brasileiro, lembrando que nem todas as faixas etárias e públicos possuem o mesmo acesso e conectividade ao meio online.”