Cai o otimismo do consumidor

O ICC (Índice de Confiança do Consumidor), calculado pela Fecomercio (Federação do Comercio do Estado de São Paulo), na região metropolitana da Capital, apresentou queda de 3% em abril, atingindo 141,9 pontos. É a segunda retração consecutiva neste ano e bem mais significativa do que a ocorrida em março, quando o indicador caiu 0,6%, ficando em 146,4 pontos, numa escala que varia de 0 a 200 e que mostra pessimismo abaixo de 100 e otimismo acima deste patamar.


Os resultados refletem menor entusiasmo da população tanto em relação ao presente como ao futuro. O índice das condições econômicas atuais (um dos componentes do ICC) teve variação negativa de 4,1% em abril, atingindo 121,4 pontos. Já o índice das expectativas do consumidor registrou redução de 2,4%, alcançando 155,6 pontos.


Na avaliação da assessoria econômica da Fecomercio, o índice vinha sendo sustentado por expectativas quanto à melhoria dos indicadores de renda e emprego. Neste mês, os resultados indicam uma redução destas perspectivas que, até o momento, só apresentaram sinais tímidos de recuperação. Além disso, os consumidores manifestam uma preocupação maior com o fato de que as sucessivas elevações da Selic e os recentes repiques inflacionários venham a afetar ainda mais sua renda e, conseqüentemente, sua capacidade de honrar os compromissos financeiros.


A diminuição do otimismo, já registrada nas classes com renda abaixo de dez salários mínimos em março, chegou agora também àquelas com ganhos superiores a esse valor. Esse grupo, que vinha contribuindo de forma significativa para a elevação do ICC, apresentou uma queda de 5,7% em abril (a maior dentre os pesquisados), registrando 160,8 pontos. Em relação ao presente, a confiança destes consumidores teve redução de 5,9% (148,1 pontos) e, quanto ao futuro, de 5,6% (169,4 pontos). Em março, a expectativa geral do grupo era positiva, com alta de 4,6%.


Entre os consumidores com renda inferior a 10 salários mínimos, o índice ficou praticamente estável, com uma variação negativa de 0,1% (132,7 pontos). Houve uma pequena recuperação de 0,3% no otimismo em relação ao futuro (148,9 pontos) e queda de 0,9% no que diz respeito ao presente (108,5 pontos).


Para a assessoria econômica da Fecomercio, o comportamento do ICC, daqui para frente, vai depender da capacidade da política econômica em gerar resultados mais concretos para o consumidor. Há uma expectativa também de que, com o aumento do salário mínimo, ocorra uma melhoria momentânea no otimismo.

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