CDI, uma tecnologia para mapear clientes



Autor: Max Rabello Madsen


Conhecer o perfil de seus clientes sempre foi diferencial competitivo, mesmo em tempos passados. No entanto, o dinamismo do mercado moderno exige muito mais do que aquele velho costume de ser recebido pessoalmente pelo dono da empresa na porta do estabelecimento.


Em tempos de fusões e grandes aquisições, as organizações se deparam atualmente com dezenas de ilhas de informações que contém dados estratégicos para o negócio, normalmente dispersos e desconexos em sistemas transacionais dos mais diversos sabores.


Seria praticamente impossível qualificar os dados corporativos, de modo a torná-los úteis, se a tecnologia da informação não estivesse também em forte ascensão. Felizmente, tecnologias como Data Warehousing ou Business Intelligence já se encontram maduras, com seus mais de 30 anos de existência, embora ainda apresentem lacunas de funcionalidade no que diz respeito a um dos objetivos mais estratégicos: conhecer bem o seu cliente.


De fato, o parque computacional conta hoje com uma sopa de letrinhas que normalmente causa muita confusão entre os usuários ou gestores de TI. Termos como BI, DW e CRM são mais populares, mas iniciativas como MDM, CDI, ou PIM ainda são praticamente um enigma para alguns.


De todos estes acrônimos, o que a nosso ver é o mais útil de se estudar no momento é justamente o CDI – Customer Data Integration – que pode ser entendido, de maneira simplificada, como um conjunto de tecnologias aplicadas com um único objetivo: reconhecer melhor o seu cliente em nível corporativo.


Para explicar de forma clara o significado de CDI, temos que conhecer primeiro o termo Master Data. Dados mestre, em bom português, são informações chave sobre entidades cruciais para o negócio. Bases de dados contendo informações sobre clientes são o exemplo clássico. Para grandes distribuidoras o problema pode não ser tão relacionado a clientes, e sim com dificuldade no gerenciamento em extensas listas de produtos para fins estratégicos ou objetivos de compliance. Em resumo, trata-se de tecnologia para gerenciar dados críticos e sensíveis para cada empresa, em nível corporativo.


Conceitualmente podemos definir CDI como: infraestrutura tecnológica que visa à integração, harmonização e gerenciamento de Dados Mestre. Por gerenciamento entende-se desde a aplicação de regras corporativas de validação, enriquecimento e unificação de dados corporativos, até a gestão e uso estratégico dos indicadores de qualidade destas informações. Provendo desta forma uma fonte rica em dados mestre devidamente criticados, unificados e tratados para atender aos processos de negócios. A exposição destas informações normalmente envolve a capacidade da plataforma escolhida em acoplar estes recursos em barramentos de dados e serviços corporativos via SOA.


Trata-se, portanto, de um conjunto abrangente de recursos computacionais combinados para atender a objetivo comum. Estão aí envolvidos produtos de hardware e software especializados, com recursos de integração e qualidade de dados para criação de um motor de resolução de identidade e, principalmente, envolvimento de pessoas e processos para definição dos requisitos de tratamento a serem arbitrados em abrangência corporativa.


A boa articulação depende, obviamente, de empresas experientes em projetos de grande complexidade de dados para que a internalização da prática não se torne mais um complicador para o já atribulado dia a dia dos profissionais de TI das empresas. O fato é que a sigla CDI, que se encontra em foco, no momento, no mundo da inteligência de negócios e sua força motriz poderia perfeitamente ser associada àquela velha prática que reza: conheça bem o seu cliente.


Alinhada com outras iniciativas – algumas já bem conhecidas como CRM, ERP – e outras nem tão populares como o PIM (Product Information Management), a tecnologia de CDI é capaz de fortalecer o apoio ao complexo processo de tomada de decisões no que tange a ações diretamente voltadas às pessoas que interagem com a organização, sejam estas clientes ou entidades relacionadas como funcionários ou fornecedores, por exemplo.


Max Rabello Madsen é diretor técnico da MD2 Consultoria e Negócios

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