A visão computacional pode beneficiar principalmente os varejistas de grande porte, como companhias da área alimentícia, moda, cosméticos, eletrônicos, construção, redes de conveniência, redes de farmácia e redes de franquias
Autor: Natan Arriero de Souza
De acordo com um relatório da Mordor Intelligence, o mercado de visão computacional deve crescer cerca de US$ 33,1 bilhões até 2028, US$ 18,4 bilhões a mais que em 2023. Especialmente no varejo, a tecnologia vem ganhando cada vez mais destaque no mercado por promover uma maneira prática e econômica de recolher insumos com o objetivo de melhorar a experiência do cliente.
Este campo da Inteligência Artificial (IA) possibilita que softwares compreendam vídeos, captando, extraindo, analisando e interpretando dados relevantes dessas imagens de monitoramento para suportar decisões ou gerar insights valiosos para uma aplicação futura, funcionando como uma forte aliada do alavancamento de vendas.
E é justamente esse diferencial que o setor varejista procura diante do alto nível de competitividade do mercado atual.
Como a visão computacional funciona na prática
A visão computacional pode beneficiar principalmente os varejistas de grande porte, como companhias da área alimentícia, moda, cosméticos, eletrônicos, construção, redes de conveniência, redes de farmácia e redes de franquias. Essas empresas possuem um alto número de lojas físicas e a tecnologia tem a capacidade de promover a integração de todas as operações que acontecem nesses estabelecimentos, melhorando a performance de cada uma das unidades.
Mesmo sendo uma alternativa de baixo custo em comparação com outros sensores, a solução proporciona um dashboard em tempo real para alertas de comportamento e riscos em toda a rede da franquia em questão. Com uma única câmera, é possível extrair várias métricas como o monitoramento de fluxo de pessoas ou a detecção de anormalidades (problemas nas filas de atendimento, mudanças bruscas nos hábitos de visitação etc.). Inclusive, os sistemas também podem ser constantemente ajustados e treinados com melhorias ou criando novos cenários ou situações.
Os componentes de inteligência também oferecem uma análise abrangente do local de compra, incluindo o desempenho de vendas, pontos quentes e frios e o fluxo de entrada e saída de clientes.
A partir desses dados, as empresas podem elaborar estratégias assertivas para aumentar as vendas, desenvolver os relacionamentos com o consumidor e otimizar operações. Todos saem ganhando.
Futuro do mercado
Tratando-se de um formato que envolve análises em tempo real, o maior desafio enfrentado pelos varejistas para implementar a visão computacional em seus negócios é a conectividade dedicada no local de aplicação. Essa necessidade tem promovido uma corrida incessante pelo desenvolvimento da solução.
A expectativa é que o setor realize investimentos robustos para realizar esses aprimoramentos, de forma a melhorar e acelerar a análise de dados, aumentar a personalização das experiências dos clientes, automatizar mais processos, elevar os procedimentos de segurança e promover uma integração omnichannel.
Muitos desses objetivos estão sendo alcançados com a incorporação de outras ferramentas à tecnologia, como a visão 3D, realidade aumentada e até mais funcionalidades de IA.
Obviamente, nada disso vai acontecer em um piscar de olhos e exige paciência. Ao mesmo tempo que é necessário um esforço contínuo para movimentar recursos e garantir que essas adequações sejam feitas, os varejistas precisam olhar com muita atenção para a capacitação das suas equipes nessas inovações.
Se realizadas corretamente, essas mudanças têm o potencial de disparar os níveis de eficiência operacional, fidelização de clientes e o aumento de vendas. Com o devido entendimento da capacidade dessa tecnologia e ajustando a sua implementação de acordo com as necessidades específicas do negócio, não há dúvidas de que a visão computacional pode vir a ser uma das maiores aliadas do varejo na era digital.
Natan Arriero de Souza é arquiteto de dados na Engineering Brasil.