O comércio paulista faturou R$ 37,846 bilhões em fevereiro, apontando uma alta de 10,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior – maior variação dos últimos 33 meses, de acordo com a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), produzida pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz). Entretanto, o desempenho deve ser relativizado, como destaca Altamiro Carvalho, assessor econômico da FecomercioSP. “Fevereiro do ano passado registrou a pior receita de vendas observadas em 45 meses. Só foi maior que maio de 2009, que foi o auge dos reflexos da crise americana. Em fevereiro do ano passado, os dias úteis foram muito menores do que o desse ano, em que o Carnaval ocorreu em março”, afirma. “Crescer em cima de uma base fraca é até natural, preocupante seria se nós tivéssemos uma queda”, completa Carvalho.
Com exceção de lojas de departamentos, que apresentaram redução de 25,5% – encerrando o mês com R$ 1,436 bilhão -, e de lojas de eletrodomésticos e eletrônicos, que faturaram R$ 1,47 bilhão (ao recuar 6,3%), todas as demais atividades tiveram crescimento de receita no período. Concessionárias de veículos conquistaram resultado de R$ 5,129 bilhões, avançando 3,4%. Lojas de móveis e decoração ampliaram as vendas em 9,7%, atingindo a cifra de R$ 582 milhões. O segmento de vestuário, tecidos e calçados obteve desempenho próximo da média, ao crescer 10,5%, com um total de R$ 2,997 bilhões.
Diferentemente do que aconteceu em janeiro, quando o varejo paulistano superou a média estadual, em fevereiro o desempenho na capital foi 2,2 pontos porcentuais abaixo da variação conseguida no Estado. Com expansão de 8,2% sobre o verificado em fevereiro de 2013, o comércio da cidade de São Paulo faturou no segundo mês deste ano R$ 11,428 bilhões. A região de Taubaté foi o principal destaque positivo, com a maior alta de faturamento no período entre as 16 áreas apuradas, avançando 19,8% ao registrar R$ 1,791 bilhão. O segundo maior crescimento de receita foi conseguido pelo comércio de Araçatuba e cidades vizinhas (18,6%), com R$ 610 milhões.
O primeiro trimestre do ano deve fechar positivo em termos de venda, segundo o assessor da FecomercioSP. Porém, isso só deve acontecer devido ao fato de os três primeiros meses do ano passado terem sido os piores de 2013. Ou seja, a base de comparação novamente é fraca. “De abril até dezembro de 2013, todas as taxas aumentaram. Com isso, a base comparativa fica maior e a probabilidade de ter algumas quedas nesse período em 2014 é muito grande, principalmente agora com a Copa do Mundo e as manifestações, em que o consumidor tende a se deslocar menos para os centros de consumo. Provavelmente em junho e julho nós teremos meses de vendas mais fracas do que do ano passado”, prevê Altamiro.