O caminho para o sucesso é feito de erros, ajustes e recomeços, pois quando você se permite errar, se permite também a aprender
Autora: Paula Carvalho Albuquerque
Muitas vezes, as barreiras mais difíceis de superar são aquelas que nós mesmos criamos. Elas surgem sorrateiramente, como pequenas sombras que se agigantam com o tempo, moldando nosso comportamento, limitando nossas ações e, sobretudo, nossos sonhos. Você já se pegou pensando que não era bom o suficiente? Que não merecia algo ou que, talvez, não estivesse pronto? Esses pensamentos, tão comuns, revelam o poder das limitações autoimpostas, que atuam como âncoras, mantendo-nos presos em um porto seguro, mas que nos impede de navegar rumo ao desconhecido, onde o verdadeiro crescimento acontece.
Todos nós, em algum momento, caímos na armadilha de nos subestimar, de acreditar que não somos dignos do que desejamos. Isso se manifesta de diversas formas: procrastinação, perfeccionismo, auto sabotagem, entre outras. A raiz de tudo isso? O medo. Medo do fracasso, do julgamento, da rejeição, ou até mesmo do sucesso. Esse medo, quando não confrontado, nos paralisa, transformando nossos maiores sonhos em simples ilusões. No entanto, a boa notícia é que essas barreiras não são intransponíveis. Elas podem ser desafiadas, desconstruídas e superadas.
Um primeiro passo fundamental é reconhecer essas limitações. Parece simples, mas nem sempre é fácil. Muitas vezes, nossas crenças limitantes se escondem por trás de desculpas aparentemente lógicas. “Eu não tenho tempo”, “Eu não sou bom o suficiente”, “Ainda não estou pronto”. Essas afirmações, quando repetidas constantemente, tornam-se verdades absolutas em nossas mentes. Para quebrar esse ciclo, é necessário questioná-las. Pergunte-se: isso é realmente verdade? De onde vem essa crença? O que aconteceria se eu decidisse não acreditar mais nela? Ao trazer essas questões à tona, você começa a desmantelar as barreiras que construiu ao longo do tempo.
Outro aspecto crucial para superar essas limitações é a ação. Pequenos passos podem gerar grandes mudanças. Para ajudar nesse processo, experimente as seguintes práticas:
- Dê pequenos passos fora da sua zona de conforto: se você tem medo de falhar, experimente fazer algo fora da sua zona de conforto, mas em uma escala menor. Cada pequena ação realizada é uma prova de que você pode, sim, avançar, mesmo que de forma gradual;
- Compartilhe suas ideias com alguém de confiança: se tem receio do julgamento, compartilhe suas ideias com alguém de confiança antes de torná-las públicas. Ter um feedback construtivo pode fortalecer sua confiança;
- Pratique a consistência: não importa o quão pequeno seja o passo, desde que seja dado de forma constante. A consistência é mais poderosa do que a intensidade e, com o tempo, você verá os resultados acumulados dessas pequenas ações.
Além disso, é essencial desenvolver uma mentalidade de crescimento. As pessoas que têm essa mentalidade acreditam que podem desenvolver suas habilidades e talentos através de esforço, aprendizado e perseverança. Elas veem os desafios como oportunidades de crescimento, em vez de ameaças. Por isso, comece a praticar a autocompaixão. Reconheça suas falhas e limitações, mas sem se julgar por elas. Em vez disso, veja-as como pontos de partida para o seu desenvolvimento. Entenda que o caminho para o sucesso é feito de erros, ajustes e recomeços. Quando você se permite errar, você se permite aprender. Considere as seguintes práticas:
- Questione suas crenças limitantes: pergunte-se se o que você acredita é realmente verdade ou se é apenas um reflexo dos seus medos. Isso ajudará a desmantelar as barreiras que você mesmo criou;
- Desenvolva a autocompaixão: aceite suas falhas e veja-as como oportunidades de aprendizado, em vez de como razões para desistir.
Por fim, busque apoio. Compartilhe suas inseguranças e desafios com alguém de confiança. Muitas vezes, falar sobre nossos medos diminui o seu poder sobre nós. Além disso, ter alguém para nos encorajar e nos lembrar do nosso valor pode fazer toda a diferença. Lembre-se de que você não está sozinho nessa jornada. Todos nós temos nossas próprias lutas internas, e reconhecer isso pode trazer um enorme alívio.
Superar as limitações que nós mesmos criamos é um processo contínuo. Não existe um ponto final, mas sim uma caminhada de autodescoberta e crescimento constante. O primeiro passo é sempre o mais difícil, mas também o mais transformador. Ao reconhecer suas limitações, tomar pequenas ações, desenvolver uma mentalidade de crescimento e buscar apoio, você estará não apenas superando as barreiras internas, mas também se tornando uma versão mais plena e realizada de si mesmo. A mudança começa com a decisão de dar esse primeiro passo. E a consistência é o que garantirá que você chegue aonde deseja. O que você escolhe hoje? Ficar preso nas limitações que você mesmo criou ou se permitir voar rumo ao que você verdadeiramente é capaz de ser?
Paula Carvalho Albuquerque é coordenadora de RH sênior no iFood e mentora de liderança.