Os consumidores brasileiros estão otimistas em relação aos seus gastos pessoais para 2018. No país, 71% dos entrevistados pela PwC Brasil esperam aumentar ou manter as despesas com compras nos próximos 12 meses. Boa parte desse consumo deve ser realizado via dispositivos móveis: 41% dos consumidores já realizam compras via smartphones e 30% por tablets. Um crescimento considerável se olharmos para cinco anos atrás, quando apenas 15% e 20% dos consumidores, respectivamente, afirmaram utilizar estes canais para compras. Os dados foram revelados pela Global Consumer Insights 2018, pesquisa da PwC que ouviu 22 mil pessoas em 27 países, sendo 1.000 delas no Brasil.
Os resultados mostram também um crescimento no consumo online em diferentes categorias de produtos entre 2014 e 2018. Nos equipamentos eletrônicos, por exemplo, as compras online cresceram de 12% para 27% do total comercializado. O consumo ligado ao entretenimento (livros, músicas, filmes e videogames) cresceu dezesseis pontos percentuais, saindo de 18% para 34% no mesmo período. A pesquisa apresenta também setores com grande potencial para o varejo online global, como o de alimentação. Mais da metade dos entrevistados (58%) pela PwC no Brasil tem a intenção de comprar alimentos online nos próximos 12 meses, contra 48% globalmente. Dos brasileiros ouvidos, 37% afirmam já ter realizado alguma compra online de alimentos no último ano. O Brasil apresenta grande potencial para as compras online também de produtos básicos. Dos consumidores entre 25 e 34 anos, 27% já realizam compras de produtos como café, detergentes e fraldas online e 45% afirmam que pretendem comprar esse tipo de produto online.
“As tecnologias oferecem ao consumidor mais possibilidades de consumo personalizado, principalmente no comércio eletrônico. O varejo brasileiro tem muito potencial para crescimento e as empresas que apostarem em tecnologias disruptivas, como inteligência artificial, estarão à frente das demais na oferta de produtos e experiências customizadas”, explica Ricardo Neves, sócio da PwC Brasil.
MEIO DE PAGAMENTOS E EXPERIÊNCIA DIGITAL
Globalmente (59%), o consumo dos entrevistados tende a ser maior quando o meio de pagamento é um dispositivo móvel, embora 60% sintam-se preocupados com a segurança de seus dados quando pagam suas compras utilizando esse método. A preocupação, no entanto, não é um limitador para as vendas nesse segmento, já que 45% dos entrevistados (30% no Brasil) afirmam ser esse o provável meio de pagamento para suas compras no dia a dia e 59% no mundo garantem ser mais provável comprar de um varejista que ofereça métodos para pagamento em dispositivos móveis.
A pesquisa da PwC revela ainda que a experiência digital é importante para a jornada de compra do consumidor. Para 46% dos ouvidos, as redes sociais são a fonte de inspiração mais influente na decisão de consumo. A maior parte dos consumidores brasileiros não se preocupa muito com o uso de dados e localização para ofertas personalizadas via dispositivos móveis: 56% ficam satisfeitos quando são abordados pelos varejistas desta maneira e 57% não se importam com o monitoramento de padrões e históricos de compras, desde que o resultado seja a oferta de produtos e serviços personalizados.
EXPERIÊNCIA VS. PRODUTOS
O consumo dos brasileiros está igualmente dividido entre produtos e experiências (50%), embora as prioridades na hora dos gastos mostrem uma tendência a um way of life direcionado as vivências pessoais. Entre os consumidores ouvidos, as prioridades são: gasto individual (37%), tempo gasto com amigos e familiares (35%) e mudanças de prioridades para aproveitar mais a vida (35%). As experiências preferidas são viagens (56%), restaurantes (50%), melhorias pessoais/educacionais (37%) e entretenimento (32%).
Os consumidores no Brasil estão mais abertos ao consumo compartilhado de alguns produtos, como carros (47%) e outras formas de transporte (38%), além de equipamentos esportivos ou de uso ao ar livre (40%). Dos entrevistados globalmente, os brasileiros são ainda os que mais desejam comprar assistentes virtuais (59%), seguidos pelos chineses (52%) e vietnamitas (45%).