A estabilidade da economia não se refletiu no humor do consumidor paulistano em abril. Segundo apurou o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), o indicador ficou em 128,3 pontos, ou seja, sem qualquer alteração em relação ao mês anterior. O resultado é fruto da melhora na avaliação dos consumidores acerca da sua condição econômica atual e da piora nas perspectivas em relação ao futuro. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve retração de 3,6% (133 pontos). “O comportamento do índice daqui para frente vai depender da capacidade da política econômica em gerar resultados mais concretos para a população”, afirma Abram Szajman, presidente da Fecomercio.
Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA), que mede a avaliação do consumidor sobre sua situação presente, indica alta de 2,5% em abril, na comparação com o mês anterior, e contabilizou 136,5 pontos. Isso se deve às condições econômicas tranqüilas, com câmbio controlado, juros em queda e a bolsa de valores e o risco-país batendo recordes positivos.
No entanto, como a estabilidade econômica não tem se convertido na geração de renda e emprego, o consumidor reavaliou as expectativas com relação ao futuro, o que refletiu no Índice de Expectativas do Consumidor (IEC), que registrou baixa de 1,8%, atingindo 122,8 pontos. Desde fevereiro o IEC está abaixo do ICEA, uma sinalização de que o paulistano está mais pessimista sobre o seu futuro.
Os resultados apresentados apontam que as mulheres acima de 35 anos, com renda superior a dez salários mínimos, estão mais reticentes com relação ao futuro – apesar de perceberem o momento atual como positivo. Isso explica-se porque esse grupo de consumidores tende a ser mais analítico e crítico, principalmente com relação às expectativas.
Segmentação – O ICC registrou alta de 0,9% em abril entre os consumidores com renda inferior a dez salários mínimos. Já entre aqueles com rendimentos acima deste patamar , o resultado foi negativo em 1,5%. Dentro do ICEA, a variação relativa foi próxima entre as duas faixas de renda: alta de 2% entre os que ganham acima de dez salários mínimos, e 153,8 pontos, e 3% entre aqueles com renda inferior a este patamar, contabilizando 127,4 pontos.
Na análise segmentada do IEC, é importante ressaltar que ocorreu redução significativa do diferencial de percepções entre consumidores das várias faixas de renda. A parcela de consumidores com renda inferior a dez salários mínimos registrou queda de 0,5% na avaliação, ficando em 122,2 pontos, enquanto os com rendimentos mais altos registraram 123,9 pontos, queda de 4,2% na comparação com o mês anterior.
A confiança dos consumidores masculinos registrou, em abril, alta de 2,1% e 134,8 pontos. Enquanto nas mulheres a queda do ICC foi de 2%, atingindo 122,4 pontos. Entre as pessoas com menos de 35 anos o ICC teve aumento de 2,9% em contraponto àqueles com 35 anos ou mais, que registrou baixa de 4,9%.