O crescimento da economia produziu impacto positivo no segmento de bens de consumo não duráveis. Estudo envolvendo 64 categorias das áreas de alimentos, higiene, limpeza e bebidas não alcoólicas, produzido pela LatinPanel, instituto de pesquisa de consumo domiciliar, revela que 3,2 milhões de lares brasileiros voltaram a comprar produtos supérfluos (aqueles não incluídos na cesta básica) ao longo de 2004, consolidando crescimento de 9 p.p de penetração frente a 2003.
Os dados, que representam 82% da população brasileira e 86% do potencial de consumo, mostram que a retomada do consumo foi mais intensa nas classes D e E. A penetração dos não básicos nos lares desse estrato da população cresceu 13 p.p. no ano passado. Ou seja, cerca de 2,2 milhões de lares das Classes D e E voltaram a incluir produtos mais sofisticados, tais como cereal matinal, bebidas a base de soja, suco pronto para beber e iogurte, em sua cesta de consumo. O fenômeno também foi verificado na classe C, embora em menor intensidade. A penetração dos não básicos neste segmento cresceu 5 p.p no período, enquanto que na classe A e B, o aumento foi de 3 p.p.
“Os dados mostram que parte do aumento da massa salarial foi canalizado para os bens de consumo não duráveis. E revelam também que as classes C, D e E voltaram às compras com a melhora na economia, o que é fundamental para as indústrias, uma vez que as três classes juntas representam 71% do consumo no país”, diz Ana Claudia Fioratti, diretora comercial da LatinPanel no Brasil e coordenadora do estudo.
Na avaliação de desempenho geral (sem segmentação por classe social), os dados da LatinPanel mostram que o gasto médio com as 64 categorias analisadas cresceu 4% em 2004. No mesmo período, o tíquete médio avançou 3%, o volume médio comprado aumentou 4% e o gasto médio com os produtos não básicos subiu 5% frente a 2003.
Por região, o Rio Grande do Sul foi o Estado que apresentou o melhor desempenho em 2004. O gasto médio com a cesta de 64 categorias avaliada pela Latin Panel cresceu 15% entre os lares gaúchos, contra 4% da média nacional. O volume médio consumido no Estado (7%) também cresceu mais que a média de todo o país (4%).