Rafael Rodeiro, cofundador e CEO da Ribon

Cultura de doações corporativas no engajamento de colaboradores

CEO da Ribon descreve a trajetória da socialtech que passou a operar também no modelo B2B

Premiada em 2021 pela fundação Bill & Mellinda Gates como uma das 10 empresas mais inovadoras na área de filantropia global, a Ribon resolveu ampliar sua atuação, indo além do aplicativo de doações para projetos sociais no modelo B2C. Desde o meio do ano passado, a socialtech passou a atuar também no mercado B2B. Nesse novo formato, a empresa contratante aloca seu orçamento de doação e define os projetos que quer apoiar. O recurso então é transformado em tickets, que são distribuídos gradualmente para os colaboradores doarem para os projetos selecionados. Com isso, cria-se uma cultura de engajamento em doações contínuas com repercussões positivas, inclusive no bem-estar dos funcionários. Descrevendo esse quadro em detalhes, Rafael Rodeiro, cofundador e CEO da Ribon, participou, hoje (20), da 1052ª edição da Série Lives – Entrevista ClienteSA.

Iniciando o bate-papo com a história da Ribon, Rafael contou que a ideia nasceu, em 2016, quando ainda cursava faculdade e tentou criar campanhas de doações, arrecadando recursos voltados a projetos sociais locais para comprar roupas, alimentos, etc. Apesar dos alunos se mostrarem engajados e solidários, ele se frustrou porque não alcançou os objetivos pretendidos. “Descobri, então, que era preciso fazer alguma coisa para criar uma cultura de doações para as novas gerações e, como já estava determinado a empreender, abri uma startup com a meta de criar algo novo nessa área em nível mundial. Nossa proposta tinha ambição global desde início, daí o nome Ribon, que vem da palavra ‘ribbon’ (fita, em inglês), objeto que a deusa grega do amor altruísta usa para unir as pessoas.  que enlaça as coisas. E acabamos alcançando esse objetivo, sendo premiados, em 2021, como uma das 10 empresas mais inovadoras do mundo em filantropia, pela fundação Bill & Melinda Gates.”

Atuando inicialmente no modelo B2C, o executivo percebeu um desgaste muito grande nesse trabalho de convencer as pessoas a fazerem doações, mesmo sabendo que se trata de algo que faz bem a elas mesmas. Por isso, surgiu a ideia de dar dinheiro a elas, para doarem tentando criar o hábito de recorrência nessa atitude. Dessa forma, os usuários do aplicativo recebem tickets a serem doados para o projetos listados. “Assim, eles sabem o que cada R$ 1 vai gerar e vai acumulando tickets no seu histórico. Se quiser, o usuário pode ficar doando gratuitamente para sempre, mas pode também comprar tickets reforçando as doações. Dessa forma, acabamos arrecadando cada vez mais para o projetos, tanto com os tickets dados aos nossos clientes, bancados por fundações e filantropos, como com o dinheiro do próprio bolso dos usuários.”

Com esse acréscimo gerado ao dinheiro dos doadores, a Ribon pode ficar com uma parte para se manter em funcionamento, arrebanhando também mais de R$ 20 milhões com investidores para aplicar em seus avanços em gestão e inovação. “Com a experiência de doar sem colocar a mão no bolso, isso vai gerando a cultura de doação, pois depois que a pessoa começa, não consegue parar mais de ajudar, pois percebe o bem que faz a ela mesma. É o círculo virtuoso que se cria ao ajudar o próximo. Mas, a nossa dificuldade estava em conseguir atrair para o aplicativo a quantidade suficiente de usuários para usar todos os tickets estocados e, assim, gerar caixa.”

Nessa trajetória, fazendo campanhas com ajuda de parceiros, influenciadores e do boca a boca, durante sete anos, a socialtech percebeu que precisava encontrar um caminho mais eficaz, caso contrário o negócio não sobreviveria. Foi quando, em 2023, Rafael, por meio de contatos feitos nos Estados Unidos, recebeu o telefonema de um parceiro americano solicitando a criação de uma ferramenta que possibilitasse engajar os funcionários da sua empresa na cultura de doações a partir da ideia do aplicativo já existente. “Nasceu aí a nossa ideia de partir para o modelo B2B, escalando muito mais o negócio, uma vez que é a empresa que doa é que ‘passa o chapéu’ aos usuários do aplicativo para o uso dos tickets nos projetos.”

Na sequência da live, Rafael falou ainda do efeito de bem-estar causado à pessoa que faz o bem próximo e que explica o processo de engajamento que ocorre com os colaboradores das empresas participantes. Disse, também, do efeito que tem na retenção de funcionários e na redução do estresse provocado pela doação de um dinheiro, mesmo que não saindo do próprio bolso, entre outros assuntos. O vídeo, na íntegra, está disponível em nosso canal do YouTube, o ClienteSA Play, junto com as outras 1051 lives realizadas desde março de 2020, em um acervo que já passa de 3 mil vídeos sobre cultura cliente. Aproveite para também se inscrever.

A Série Lives – Entrevista ClienteSA terá sequência amanhã (21), com a presença de Túlio Maia, gerente de marketing da Philips Walita no Brasil, que falará da empresa que está com um pé na tradição e outro na inovação; na quarta, será a vez de Ana Paula Seixas, CEO do Mundo Verde; na quinta, Débora da Cruz, diretora de marketing da Goodyear do Brasil; e, encerrando a semana, o Sextou debaterá o tema “Comportamento do consumidor: Teremos (muitas) mudanças em 2025?”, reunindo Andrea Stoll, líder de NIQ E-commerce, e Renato Meirelles, presidente e fundador do Instituto Locomotiva.

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